segunda-feira, dezembro 07, 2009

Relatório final GESTAR II – Língua Portuguesa por Anderson Goulart

Sem dúvida, um professor pode motivar positivamente ou negativamente uma turma. Mas é correto esperarmos dele a iniciativa no processo de deflagramento do aprendizado, da motivação e da produtividade, inclusive no que diz respeito ao hábito da leitura. Todavia, para que o professor assuma esse papel, é imprescindível que o texto seja trazido ao centro da aula; para que ele seja dobrado, torcido, amado ou odiado, para que os alunos sintam em seus corpos a maneira como as palavras podem tocá-los, gerando sentidos, criando singularidades de leitura.
A realidade da maioria de nossos alunos se aproxima do não hábito da leitura, do muro que os afasta dessa prática. O medo de escrever é algo que perpassa o dia-a-dia de nossos alunos. Tal insegurança é, em parte, reflexo da ideia cultivada pela escola, de língua como sistema uniforme. Foi diante dessa realidade, que apresentei à 6ª série da EJA a proposta de escrevermos um diário. A discussão se inicia com a seguinte pergunta? O que vocês entendem que seja um diário? Alguns alunos disseram que “é um caderno que as meninas utilizam para escrever sobre seus amores”. Outros responderam que é um caderno pessoal em que você registra o que quiser. Partindo da ideia de escrita e leitura como atividades libertárias, mediei tal discussão tentando desconstruir a ideia de diário como algo exclusivo do gênero feminino. Partilhamos vários modelos de diário, com o intuito de construir um novo pensamento, agora, pensando nesse gênero como texto sinônimo de prazer e liberdade.