sexta-feira, maio 29, 2009

GESTAR II – Matemática – Unidade 2 do TP1 por Sandra Murita Pagani (cursista)

Sandra Murita Pagani, professora de Matemática de uma escola municipal de Palhoça, é uma das cursistas do programa GESTAR II. Como tarefa de uma das oficinas, ela precisava realizar o “Socializando o seu conhecimento e experiências de sala de aula” que consta na unidade 2 do TP1. A seguir, está o que a professora concretizou:

a) Síntese da unidade

Nessa unidade foram trabalhados os conceitos matemáticos como: Números decimais (operações), Números fracionários, inteiros, proporção e equação.

O desafio maior foi trabalhar esses conceitos matemáticos, introduzindo um texto de situações reais dos alunos, como a importância do ferro na nossa alimentação. Foi uma situação nova e diferente em sala de aula.

Houve reações e perguntas diversas, como:
ISSO NÃO É MATEMÁTICA!;
ESTAMOS TRABALHANDO CIÊNCIAS...;
O QUE MATEMÁTICA TEM HAVER COM CARDÁPIO OU RECEITAS CULINÁRIAS?

Após a aplicação da atividade 2 onde fizemos juntos (Professora X Aluno), as atividades do texto, percebemos que estávamos trabalhando com os conceitos matemáticos (operações com decimais), onde os alunos surpresos observaram que estavam finalmente trabalhando com cálculos matemáticos, como simplesmente, operando com os números decimais. O ponto mais interessante da tarefa foi trabalhar os conteúdos matemáticos dentro de um texto, onde os alunos acreditavam serem ciências e também descobrirmos a importância do ferro na nossa alimentação.

A dificuldade encontrada por mim durante a realização da tarefa foi no exercício onde eu tinha que elaborar um cardápio de acordo com minha idade e consumo de ferro diário necessário, onde também teria que comer apenas 500g. Nesta atividade demorei um pouco.

Outra atividade foi a de fazer pesquisas (envolvendo órgãos da Prefeitura e do Estado) e apresentar situações problemas para os alunos, sem que eles tivessem noções de equações ou proporção.

b) Resultados observados em sala de aula

Pesquisei sobre “Anemia” e trouxe alguns textos para sala de aula, ao mesmo tempo os alunos também pesquisaram sobre as fontes de ferro na nossa alimentação.

Pesquisas feitas (Internet, Livros e embalagens de produtos que possuem em casa).

A aula foi interessante, alguns reclamaram que parecia aula de ciências, mas no final todos gostaram.

Em sala de aula, as dificuldades encontradas foram as divisões com decimais e as reclamações por causa das opções do cardápio que não era o que eles estavam acostumados a comer. Superadas as dificuldades, os alunos fizeram pesquisas em embalagens para saber a quantidade de ferro por porção de alimento. A aula foi produtiva e se tornou interessante, os alunos ficaram quietos enquanto preparavam o cardápio. O assunto foi tão interessante que não percebemos que já havia se passado o tempo de 2 aulas.

Achei eles (alunos) mais interessados na atividade, a medida que conseguiram calcular com números decimais para poderem fechar o cardápio de 500g contendo 12mg ou 15mg de ferro. Também percebi durante a aula a dificuldade de calcular, quanto é uma porção de 100 ou 50 gramas. Então achei importante trabalhar com as embalagens de alimentos vazias, pois assim tinha no concreto o valor ou a quanto é 100gramas.

Mas apesar das dificuldades encontradas, cheguei ao objetivo final das aulas.

Acredito que todos aprenderam e gostaram desse tipo de aula e atividades, no final questionei:
- O que acharam da aula?
- Onde encontraram mais dificuldades?
- Onde estava a Matemática inserida naquela aula, que pensávamos que era ciências?
- Onde estava a matemática no exercício dado?

As respostas estavam ali, no caderno dos alunos onde as atividades estavam feitas e resolvidas.

Em tempo, uma observação de minha formadora enquanto os alunos faziam atividades, foi quanto ao uso da borracha. Procurar não usar a borracha nas atividades de matemática. Sendo assim, vamos observando melhor o raciocínio de nossos alunos. Valeu Karina, gostei da observação e já estou aplicando em sala de aula.

c) Aplicação da tarefa na sala de aula

Plano de Aula - 8ª Série – E.J.A.

Objetivo: Reconhecer a matemática no mundo dos alimentos e da saúde.

Conteúdo: Operações com decimais
- Noção de proporcionalidade (quantidade de ferro depende da massa de alimento ingerida)

Resumo do Texto: Níveis séricos de hemoglobina em adolescentes, segundo estágio de maturidade sexual.
Falta de Ferro na População Pesquisas Brasileiras – Página 61 TP1
Recomendação diária de ingestão de Ferro – Página 63 – TP1

Atividades

1) Consultando a tabela de recomendação de ingestão diária de ferro, elabore 3 cardápios diferentes observando a quantidade mínima de ferro que você necessita por dia. Faça um cardápio saboroso, nesse cardápio você irá comer o peso de meio quilo (aproximadamente).

2) Pesquise a quantidade de ferro em embalagens (de alimentos) que você tem em casa.

3) Elabore um cardápio com a ingestão de ferro diária necessária para sua alimentação, durante 1 dia de semana (pesquise em embalagens).

4) Observações com decimais. Quanto custa para fazer um bolo?

Ingredientes:
2 xíc. chá de Trigo
1 xíc. chá de Maisena
2 xíc. chá de Açúcar
1 colher de Fermento Royal
1 colher de Manteiga
1 xíc chá de Leite
3 Ovos

Medidas:
1 xíc Trigo – Maisena – Açúcar = 64g
1 colher Fermento = 8g
1 colher Manteiga = 15g
1 xíc Leite = 150ml

Valores:
1kg Trigo = R$0,95
250g Maisena = R$1,99
5kg Açúcar = R$2,39
100g Fermento em pó = R$1,99
250g Manteiga = R$2,20
1 dúzia de Ovos = R$1,29
1 litro Leite = R$1,29

Fotos:





Trabalho de uma aluna:


ANEXO:

Relato feito pela formadora, Karina, referente à visita da aula apresentada acima - http://www.megaupload.com/?d=08U0W18P

(Após clicar no link acima, para acessar o documento, preencha o "Digite isso aqui", clique no "Baixar arquivo" e, por último, clique em "Download comum")

Matemática 5ª a 8ª séries - Multidisciplinar - Relato da Professora Mariza Campos Gavilan

"Nosso primeiro encontro foi técnico como relatado pela formadora Karina, pode ser transformado só em números e porcentagem, a cara dos professores de matemática. “Nada a declarar”, “nenhuma dúvida”, foram as nossas respostas, e por escrito ainda tivemos dificuldade em escrever.

Já o nosso segundo encontro foi diferente, pois começamos a falar, e colocar a quantidade de angustia que temos no ensino de matemática e com a atual situação disciplinar que é sofrível. Quase todos queriam falar, das ansiedades e dos medos.

Relatamos fatos, assistimos a um vídeo muito interessante, e sabemos que precisamos de ajuda para a nossa tarefa de ensinar matemática, por que será que nossos alunos têm tantas dificuldades? A falta de leitura, de interpretação dos enunciados, e muitas vezes do que é dito por nós, pois falta base do conceito.

Mas também nós nos mostramos “cabeça dura”. Não é fácil admitir erros, mas fica claro nas discussões que nós professores acreditamos estar fazendo tudo certo, só não entendemos por que nem sempre o resultado é o esperado, então algo está errado.
A busca por informação é o primeiro passo, recebemos bastante informação teórica sobre a nossa proposta curricular da Palhoça, e com boa vontade, fazendo leituras, ouvindo a Karina que é sem dúvida muito bem preparada para nos falar, iremos melhorar."