sexta-feira, maio 20, 2011

Encontro de Geografia para as Séries Iniciais Pólo CAIC e Pólo Antonieta - por Márcia Brüggemann Spricigo

No dia 04/04/2011 e 17/05/2011 estiveram presntes no CAIC e na E.B. Professora Antonieta Silveira de Souza professores da séries iniciais de algumas escolas da rede municipal de Palhoça para o encontro presencial de Geografia que compõem uma das etapas de formação continuada proposta pelo setor de Capacitação Profissional.





Gostaria de agradecer a ajuda da direção das escolas, Sr Paulo João Coelho, Sra Silvia Miranda Hames (CAIC) e Sra Cleide Campos (Antonieta) que tão bem nos receberam e que foram de extrema importância para que o mesmo pudesse ocorrer de maneira ordenada, colaborando com a alimentação e espaço, estendo meus agradecimentos as meninas que elaboraram nosso almoço e café, pelo profissionalismo, qualidade e carinho com que nossa alimentação foi preparada.





O tema proposto para os encontros foi Educação Ambiental temática tão importante na sociedade contempoânea onde a degradação ambiental é presença constante. O objetivo do encontro era semear uma ideia e que esta germinasse nas escolas por meio de trabalhos voltados a Educação Ambiental cujos temas foram definidos pelos professores ao longo dos encontros e que irão enriquecer a vida de alunos e professores, pois um dos objetivos da Educação Ambiental e da escola é a formação do cidadão consciente de seu papel na sociedade.



Em anexo as lâminas dos encontros




http://http//www.megaupload.com/?d=QC7928DN




http://http//www.megaupload.com/?d=WE51O1G2




Pólo CAIC






Pólo Antonieta




Oficina de Língua Portuguesa por Jair Pereira - Polo Reinaldo Weingartner

Aconteceu no último dia 18-05 a segunda etapa do Programa de Formação Continuada em Língua Portuguesa para professores das séries/anos iniciais do ensino fundamental. O encontro foi realizado na Escola Básica Prefeito Reinaldo Weingartner das 8:00 às 17:00 e contou com a participação de 40 profissionais, das seguintes escolas: Ewanda Sueli Juttel; Terezinha Espíndola; Reinaldo Weingatner; Inês Marta; Guilherme W. Filho.

Os temas debatidos trataram especificamente de dois eixos fundamentais para o ensino de Língua Portuguesa: leitura e escrita. Pela manhã abordamos questões referentes à prática de leitura e, no período da tarde, conceitos relacionados à escrita. Além disso, enfatizamos, mais uma vez, a metodologia da sequência didática que, gradativamente, vem se consolidando na Rede Municipal de Ensino.

As atividades propostas, na oficina, visaram subsidiar o trabalho em sala de aula e contribuir para o desenvolvimento da capacidade comunicativa dos alunos: a competência leitora e o reconhecimento da escrita como prática social. Procuramos mostrar aos professores que as atividades de ler e escrever representam dificuldades comuns à maioria dos alunos dos anos/séries iniciais do ensino fundamental.

Assim, para o trabalho com a leitura, no primeiro momento da oficina, propomos a discussão dos seguintes pontos que julgamos relevantes:

* ler não significa extrair sentidos do texto.

* ler não significa atibuir qualquer sentido ao texto.

* ler trata-se de interação do leitor com o autor.

A partir dessas definições, destacamos que as atividades em torno da leitura precisam desenvolver a interação do sujeito-leitor com o texto como um processo essencial à construção de significado. Sem essa interação não ha diálogo e sem diálogo não há compreesão do texto. Assim, sugerimos aos professores que o texto seja sempre o elemento proponente das atividades de leitura.

Em seguida, propomos atividades para que os professores pudessem desenvolver habilidadades específicas relacionadas à compreensão leitora do texto, tais como:

* Reconhecer o texto e o leitor como criadores de significados.

* Compreender o texto a partir de indícios de leitura.

* Reconhecer a polissemia nos textos.

* Reconhecer o texto para compreender seus significados.

* Perceber a amplitude do conhecimento prévio na leitura.

Também abordamos a construção de sentidos por meio da leitura. Para tanto, apresentamos aos professores três níveis que podem ser estabelecidos na relação leitor/autor:

* localização de informação que representa a habilidade mais básica da leitura. Consiste na formulação de perguntas que exijam dos alunos apenas a localização de informações explícitas no texto;

* interpretação do texto que indica a leitura nas entrelinhas do texto. As perguntas formuladas exigem do aluno: realizar inferências; agenciar conhecimento de mundo; ativar esquemas cognitivos; estabelecer associações e tirar conclusões.

* reflexão e avaliação que propõe um posicionamento do aluno frente ao conteúdo lido, refletindo criticamente sobre o que leem.

Para exemplificar como se processam essas atividades, propomos aos professores que formulassem questões a partir do texto "A galinha choca". Alguns professores tiveram dúvidas especialmente quado se tratou da interpretação e reflexão. Isso comprova que muitos professores ainda priveligiam apenas a localização de informações no textos. Muitas vezes essa prática é corroborada pelo próprio livro didático que também privilegia esse primeira habilidade em detrimento das outras.

Para fechar a discussão sobre prática de leitura, os professores leram as questões formuladas a partir do texto apresentado. No geral, consideramos um momento relevante, pois os professores puderam exercitar as habilidades indispensáveis a uma prática de leitura eficiente.

No segundo momento da oficina, no período da tarde, discutimos sobre: podução, revisão e avaliação de textos. Procuramos reafirmar algumas situações já trabalhadas pela manhã, entre elas: o texto como unidade de ensino. Para organizar melhor o trabalho pontuamos junto aos professores a ementa dos temas se serem abordados.

Inicialmente, mostramos aos professores que produzir textos é um processo que envolve diferentes etapas: planejar, escrever, revisar, re-escrever. Insistimos que desde o início da alfabetização o trabalho com textos é fundamental para que o aluno, aos poucos, possa, por ele mesmo, construir o significado de texto. No entanto, para que o professor possa ser mediador dessa aprendizagem, não pode deixar de compreender fatores relevantes que caracterizam o texto:

* um texto não se define por sua extensão;

* o texto é uma unidade aberta que mantém relação com outros textos;

Em seguida, solicitamos aos professores que escrevessem sobre a sua prática de produção textual. Muitos professores revelaram uma concepção de texto mecânica, destituída de qualquer valor interacional, sem autoria e recepção. Nesse primeiro, ainda enfatizamos aos professores que na maioria das vezes a produção de textos é abordada como uma questão técnica que visa a um produto acabado. Para desmistificar esses conceitos de texto construído historicamente na cultura escolar, trouxemos à discussão o texto "Circuito Fechado" por se tratar de uma crônica constuída basicamente por meio de uma sequência de substantivos. Posteriormente fizemos o seguinte questionamento: você considera que em "Circuito Fechado" há apenas uma série de palavras soltas? Ou se trata de um texto? Por quê? Alguns professores ficaram em dúvida e demoraram a compreender que se tratava de um texto por relatar um dia na vida de um homem comum.

Na sequência, abordamos o planejamento para a construção de textos. Insistimos que esse planejamento é fundamental para o sucesso da produção escrita. O planejamento da escrita deve levar em conta:

* consciência da audiência;
* relevância do conteúdo;
* sequência da informação;
* nível de formalidade;
* função da comunicação;
* convenção (formato do documento).
A segunda etapa trabalhada, com os professores, foi a de revisão que é desencadeada após a escrita do primeiro rascunho, da primeira versão do texto. Neste momento, o autor deve começar a se distanciar do próprio texto para considerar o objetivo, o assunto, a forma a fim de poder significar para a audiência, trabalhando a sequência das ideias. Destacamos, que os parâmetros de revisão podem variar de acordo com as competências e habilidades que estejam sendo trabalhadas. A revisão é desencadeada por comparação entre o que se tem como objetivo e texto planejado e o texto que está sendo produzido. Em seguida, há uma tentativa de diagnosticar o que está diferente. Então, são desencadeadas estratégias para resolver o problema, modificando-se a intenção do texto, o que havia de diferente ou mesmo deixando o texto como está.

Adiante discutimos a última etapa do processo denominada edição que envolve os reajustes finais visando à acuidade: é a hora de polir mais uma vez aspectos de coesão e coerência, a pontuação, a ortografia segundo as convenções estabelecidas.

Por fim destacamos a avaliação como um ato dinâmico que serve à prática pedagógica, que também é dinâmica. Através dos exames, julgamos e classificamos; através da avaliação diagnosticamos e reencaminhamos. (LUCKESI, 2005, p. 84)
Nesta perspectiva de avaliação diagnóstica, dissemos aos professores que a “correção” de textos não pode se limitar à localização de erros isolados, mas precisa considerar os objetivos do texto produzido, bem como o gênero discursivo utilizado. É preciso ver o texto do aluno como uma fase do processo de produção, nunca como produto final. A avaliação assume, desta forma, um caráter de reflexão sobre o processo de ensino-aprendizagem, e não mais de mero momento de verificação de dados não apropriados.

Graças à função diagnóstica, podemos verificar quais as reais causas que impedem a aprendizagem do aluno. O aluno se sente estimulado a trabalhar de forma produtiva quando percebe que há uma finalidade na proposta do professor, que seus resultados estão sendo valorizados e que seus progressos e dificuldades são vistos a partir de seu próprio padrão de desempenho, necessidades e possibilidades.

Alertamos os professores para os seguintes pontos no momento da correção:

* O erro é uma oportunidade para que se dê o processo ensino-aprendizagem. Não fazer drama em cima do erro do aluno: banho de sangue.

* Ninguém erra voluntariamente. Não inibir o aluno de escrever, mesmo que erre muito.
* Escrever para alguém corrigir é uma situação artificial. Ninguém escreve para as gavetas. A função social da linguagem.
* Uma boa correção começa numa proposta de redação bem elaborada. Estabelecer critérios previamente.
* Discutir o conteúdo, mas privilegiar a forma.
* A importância do rascunho. A necessidade de um portador. Reescrita do texto avaliado.
* Fazer exercícios microestruturais: estruturação do período e do parágrafo.
* A obediência às regras da Gramática Normativa é apenas um aspecto a ser avaliado, não é tudo.

A fim de exercitar a correção de textos, os professores receberam um texto de um aluno do 2º ano. O gênero escolhido para tal atividade foi a fábula: A Cigarra e a Formiga. Em grupo, os professores organizaram a revisão textual do texto selecionado. Em seguida, apresentaram ao grande grupo. Sem dúvida, foi o momento mais rico dessa oficina, pois a troca de experiências foi intensa e todos os professores puderam contibuir. Alguns, inclusive, afirmaram que já realizam um trabalho semelhante ao proposto na atividade, isso comprova que o trabalho com textos na rede municipal já é, para muitos profissionais, uma prática constante.

No geral, a avaliação dessa oficina é positiva. Os professores estavam comprometidos e participativos e isso colaborou na execução das atividades propostas, uma vez que todas atividades dependiam do envolvimento dos professores. Acreditamos que é por meio de momentos como esses que conseguiremos progredir em termos de educação. Sem formação profissional continuada não há trabalho de qualidade em sala de aula, por isso, a Secretaria Municipal de Educação de Palhoça investe tanto em formação dos profissionais da educação.