sexta-feira, junho 14, 2013

Encontros dos professores de Geografia

Nos dias 16/05 e 13/06 ocorreram os primeiros encontros dos professores de Geografia da rede municipal de Palhoça.Nestes encontros debateu-se o emprego dos gêneros textuais no processo de ensino e aprendizagem da Geografia, a importância, a boa escolha e o emprego do livro didático.

Geografia e os Gêneros Textuais

A tarefa do educador não seria precisamente a de ensinar a ler, mas criar condições para o educando realizar a sua própria aprendizagem, conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo as dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta.
Quanto mais frequente a prática da leitura, mais o leitor torna-se eficiente. Para que a leitura seja eficiente é necessário também que proporcione ao aluno a ampliação de horizonte e a realização de novas aprendizagens.
O professor pode demonstrar aos seus alunos que pode haver interação entre texto e leitor. Não apenas como é usualmente relacionado o ato de ler apenas com a escrita, e o leitor visto como decodificador da letra. Segundo Martins (2003, p.7) “bastará, porém apenas decifrar palavras para acontecer à leitura? Como explicaríamos as expressões de uso corrente “fazer leitura’’ de um gesto, de uma situação; (...), indicando que o ato de ler vai além da escrita?”
A leitura ultrapassa a codificação de palavras e símbolos, é sempre uma descoberta, busca de novos caminhos conforme o desejo do leitor utilizando para isso seu conhecimento prévio de mundo. 
Para que a leitura seja eficiente é necessário também que proporcione ao aluno a ampliação de horizonte e a realização de novas aprendizagens.
No ensino de geografia é procedimento que não requer muito esforço, pois poderão ser utilizados diversos gêneros textuais tais como tabelas, gráficos, figuras, mapas e textos para se atingir o resultado esperado.
A geografia é um dos saberes mais antigos que existem. Ela estuda a superfície da Terra, sua área física e política, além da relação da sociedade com o meio.
Seu início coincide com o advento dos primeiros mapas na Antiguidade.
No passado os mapas eram empregados para mostrar o caminho para um lugar, localizar um objeto ou fenômeno numa determinada região, etc. 
Nos dias atuais eles assumiram novas finalidades, além dessas já citadas, sendo muito utilizada em escolas como forma de aprofundar o conhecimento dos alunos sobre o espaço criado pelos seres humanos, identificar aspectos importantes do modo de vida e da história da sociedade.
Saber identificar símbolos, entender a legenda entre outros códigos existentes nos mapas é um fator decisivo para sua compreensão, para isso faz-se uso de níveis de conhecimento. 
De acordo com Kleiman (2007 p, 13.) “é mediante a interação de diversos níveis de conhecimento como o conhecimento lingüístico, o textual, o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto”.
Os textos geográficos são, geralmente, expositivos e descritivos, e os mapas fazem parte desse tipo textual onde mostram as áreas a serem estudadas escrevendo com detalhes as suas características. 
Afirma Kleiman (2007, p 20.) que “quanto mais conhecimento textual o leitor tiver, quanto maior a sua exposição a todo tipo de texto mais fácil será sua compreensão”.

Livro Didático

Breve Histórico

Na educação pública, segundo Freitag, Costa e Motta (1989, p. 11), a história do livro didático no Brasil “não passa de uma sequência de decretos, leis e medidas governamentais que se sucedem, a partir de 1930, de forma aparentemente desordenada, e sem a correção ou a crítica de outros setores da sociedade”. As políticas públicas voltadas para a divulgação e distribuição de obras didáticas iniciam-se em 1938, a partir do decreto-lei 1.006. 
Santos (2006, p. 57) destaca que a partir de 1970, o Governo Federal adotou como política a distribuição de livros didáticos, sendo “um negócio bastante lucrativo para as editoras, pois elas recebem uma parcela do pagamento adiantada, produzem os livros e têm a compra garantida pelo estado”. 
Em 1996, o Governo Federal lançou o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), de responsabilidade do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que visa à aquisição e distribuição de livros de forma contínua para alunos do ensino fundamental público. Em 2004, iniciou-se a distribuição de livros didáticos para o ensino médio, gradativamente, para todas as áreas de conhecimento. 

Importância

Apesar dos avanços tecnológicos e da enorme variedade de materiais curriculares, atualmente disponíveis no mercado, o livro didático, continua sendo o recurso mais utilizado no ensino escolar.
Atualmente, ele coexiste com diversos outros instrumentos como quadros, mapas, enciclopédias, audiovisuais, softwares didáticos, CD-ROM, Internet, dentre outros, mas ainda assim continua ocupando um papel central (FREITAS & RODRIGUES, 2008).
Essa centralidade lhe confere estatuto e funções privilegiadas na medida em que é através dele que o professor organiza, desenvolve e avalia seu trabalho pedagógico de sala de aula. Para o aluno, o livro é um dos elementos determinantes da sua relação com a disciplina (CARNEIRO et al., 2005).
Martins (2006) diz que a indiscutível importância do livro didático no cenário da educação, pode ser compreendida em termos históricos, através da relação entre este material educativo e as práticas constitutivas da escola e do ensino escolar.
Se na primeira metade do século passado os conteúdos escolares assim como as metodologias de ensino vinham com o professor, nas décadas seguintes, com a democratização do ensino e com as realidades que ela produziu, os conteúdos escolares, assim como os princípios metodológicos, passaram a ser veiculados pelos livros didáticos (ROMANATTO, 2004).
Em pesquisa mencionada por Neto e Fracalanza (2003), as opiniões dos professores a cerca dos livros didáticos podem ser congregadas em três grupos, existem professores que:
  • o usam como fonte bibliográfica, tanto para complementar seus próprios conhecimentos quanto para a aprendizagem dos alunos;
  • o utilizam como apoio às atividades de ensino-aprendizagem, visando especialmente a leitura de textos, a realização de exercícios e outras atividades ou como fonte de imagens, 
  • e aqueles que preferem usar simultaneamente várias coleções didáticas, de editoras ou autores distintos, para elaborar o planejamento anual de suas aulas.
Alguns pesquisadores apresentam opiniões diferentes quanto ao uso do livro didático em sala de aula.
Lajolo (1996) diz que ele é um instrumento específico e importantíssimo de ensino e de aprendizagem formal e que muito embora não seja o único material de que professores e alunos vão valer-se na escola, o livro didático pode ser decisivo para a qualidade do aprendizado resultante das atividades escolares.
Em contrapartida, Silva (1996), é bastante enfático quando diz que para uma boa parcela dos professores brasileiros, o livro didático se apresenta como uma insubstituível muleta e que as determinações que levam o professor à dependência do livro didático estão diretamente relacionadas à questão da identidade e dignidade do magistério. Esse autor complementa dizendo que “é loucura do professor errático querer sempre, insistentemente, fazer aula só com didático.”
Concordando com Lajolo (1996), não podemos negar a grande influência que o livro didático tem na educação, desde sua criação e, mesmo atualmente, a despeito das inúmeras tecnologias lançadas a cada dia.
Ao mesmo tempo, Silva (1996) é bem coerente em seu discurso. Muitos professores realmente se baseiam integralmente nos livros didáticos acreditando que tais informações contidas nele são inteiramente confiáves, que não apresentam erros.
Amaral e Neto (1997) dizem que muitas noções equivocadas presentes nos livros didáticos, e no processo metodológico de sua utilização, são extremamente difíceis de modificar. Acrescentam ainda que:
Elas [noções equivocadas] se incorporam ao substrato do aluno e, a cada ano de escolaridade, a cada livro didático estudado, vão sendo reforçadas mais e mais tais noções e sendo enraizadas por tais decorrentes. (AMARAL & NETO, 1997)