quarta-feira, outubro 14, 2009

Relatório da seção "Avançando na Prática" do TP2- GESTAR II - por Alexandra Espíndola

Os alunos de 7ª e 8ª séries já leram alguns textos de Machado de Assis, como A Cartomante, Dom Casmurro e D. Paula. Esses textos tratam de triângulos amorosos em conflito por causa de ciúmes. Como a proposta do “Avançando na prática” do TP2 é trabalhar com imagem, optei por levar aos alunos a tela Arrufos (1887), de Belmiro de Almeida.

Iniciei a aula fazendo uma aproximação entre artes plásticas e literatura. Depois fiz uma breve exposição sobre o pintor e o crítico Gonzaga Duque, que serviu de modelo para esta tela. Esse quadro casou com a temática que estamos discutindo em Machado de Assis. Além disso, li para a turma a descrição que Gonzaga Duque faz dessa tela.
O marido, um rapaz de fortuna, chega em companhia da esposa à bonita habitação em que viviam até aquele dia como dois anjos. Tudo em redor demonstra que aquele interior é presidido por um fino espírito feminino, educado e honesto. Ela, o encanto desse interior à bric-à-brac, depõe o toucador de palha sobre um mocho coberto por um belo pano de seda e entra em explicações com o esposo. E ele, muito a seu cômodo em um fauteuil de estofo sulferino, soprando o fumo do seu colorado havana, responde-lhe palavra por palavra às explicações pedidas. Há um momento em que ela excede-se, diz uma frase leviana; ele reprova, ela retruca, ele repele; então ela não se pode conter, é subjugada por um acesso de ira, atira-se ao chão, debruça-se ao divã para abafar entre os braços o ímpeto do soluço. É este o momento que o artista escolheu. Da esposa, debruçada sobre o divã, vê-se apenas o perfil, mas ouve-se-lhe os soluços que fazem estremecer o seu corpo. Debaixo do seu vestido foulard amarelo percebe-se o colete, o volume das saias, os artifícios exteriores que a mulher emprega para dar harmonia à linha do corpo. Na fímbria do vestido a ponta do sapatinho de pelica inglesa ficou esquecido, sobre o tapete do assoalho, como se propositalmente, animado por estranho poder, tomasse aquela atitude para contemplar a rosa que caiu do peito da moça e jaz no chão, melancólica, desfolhada, quase murcha, lembrando a olorente alegria que se despegara do coração da feliz criatura naquele tempestuoso momento de rusga. E o esposo, um guapo rapaz delicado e forte, num gesto de indiferentíssimo, atende a tênue fumaça que se desprende do charuto, levantando-o entre os dedos, em frente do rosto. (DUQUE, 1995a, p. 211-212).

Por fim, pedi que fizesse uma descrição do quadro, poderiam optar por criar uma narrativa. Perguntaram se poderiam dar nomes de algumas personagens que já vimos em textos de Machado de Assis.
Como o nome da tela já indica arrufos, rusgas, briguinhas de casal, essa imagem veio, especialmente, ao encontro do último conto que lemos de Machado de Assis – D. Paula.
O importante dessa atividade, além de ler imagem e estimular a imaginação, é fazer com que os alunos compreendam literatura para além dos textos verbais.
Hoje foram produzidos os textos, mas ainda vamos voltar neles para socializar e revisar.

Relato Avançando na Prática – GESTAR II TP2 – por Joice Porto

Partindo do pressuposto de que a sala de aula deve ser o lugar onde haja uma grande circulação de textos (orais e escritos), dos mais variados gêneros, que privilegie tanto reflexões de textos que os alunos têm acesso no seu dia-a-dia, quanto gêneros que não fazem parte do seu cotidiano, como textos da literatura brasileira ou universal; e com base na sugestão do avançando na prática da página 95 do TP2, selecionei uma obra literária com alguns contos de Shakespeare, adaptados em prosa, para fazer a leitura à uma de minhas turmas de 5ª série. Porém, em vez de ler um texto mais extenso, como estava proposto no TP, resolvi apresentar a literatura clássica e universal, lendo o conto Romeu e Julieta.
O conto foi lido nos primeiros quinze minutos de quatro aulas, ao longo de uma semana. A cada parada na leitura, os alunos resumiam a história até o ponto lido, e além disso, em certos momentos parava, fazia um suspense e abria espaço para comentários. É claro, que parava a leitura em momentos decisivos.
Durante o processo de leitura, os alunos ouviram a narrativa super atentos e curiosos, e quando parava, alguns ficaram até chateados, pois queriam saber logo qual era o desfecho da história. Muitos me perguntavam insistentemente qual era o fim da história.
Depois de feita toda a leitura, os alunos sentiram-se um pouco decepcionados com o final trágico que pôs fim a vida de Romeu e Julieta. Este foi o momento de falar sobre o autor; da arte como forma de representação da realidade; e fazer paralelos com histórias reais, novelas, desenhos animados e filmes, cujo tema é recorrente, embora às vezes, os desfechos sejam diferentes. Isto é, apesar de terem sido escritas há bastante tempo, algumas das obras e contos de Shakespeare representam as angústias e as buscas comuns a todos os homens de qualquer época, especialmente o conto Romeu e Julieta.
Talvez seja esta a razão de fascinar tantos os que lêem, quanto os que ouvem as narrativas deste gênio da literatura universal. E isso, foi o que aconteceu, mesmo com algumas decepções, os alunos ficaram fascinados e gostaram muito de ouvir o conto, tanto que me pediram para ler outros contos de Shakespeare. Então, já combinamos de eu continuar a leitura com o conto: Hamelet, Príncipe da Dinamarca.

15º encontro de Matemática - GESTAR II

Resultado do 15º encontro com professores da rede municipal de Palhoça quanto ao programa GESTAR II que aconteceu no dia 09/10/2009.



Mais um encontro do curso GESTAR II aconteceu nesta última sexta-feira. Apesar dos imprevistos do encontro, pudemos conhecer e aproveitar momentos oferecidos pela unidade 17 do TP5 (Matemática e impacto social da tecnologia da informação) que prioriza o conceito de probabilidade.
Como a unidade faz uma chamada de atenção para a visualização no ensino e na aprendizagem de Matemática, as propostas apresentadas para o estudo desse conceito em sala de aula procuravam desenvolver essa habilidade de visualizar. Entre as sugestões, vimos a “Corrida de carros”. Nesse jogo, a probabilidade pode ser trabalhada como objeto de estudo e não apenas como ferramenta. Vejamos:
- Número de participantes : 02, 03 0u 04
- Material necessário: Papel sulfite ou cartolina, 12 carrinhos plásticos, pinos ou similar, dois dados
- Habilidades trabalhadas: Construir o conceito de probabilidade e sua aplicação na resolução de problemas simples, identificando sucessos seguros, e as situações de sorte.
- Conteúdo matemático envolvido: Probabilidades
- Confecção: Desenhar o tabuleiro, em anexo, em uma folha de papel.
- Como jogar:
Os participantes dividem os carrinhos em partes iguais e escolhem quais serão as sua pistas, podendo ser alternadas ou seguidas, após todos terem colocados seus carrinhos no início da pista, decidem quem começa o jogo.
Para iniciar a corrida o jogador joga os dois dados simultaneamente e soma as faces voltadas para cima, se a soma for o número de uma das suas pistas o carrinho anda uma casa do tabuleiro e ele volta a jogar o dado até perder a jogada, se não, passa a vez para o colega, ganha a corrinha o dono carrinho que conseguir percorrer toda a pista.
Ao terminar o jogo o professor e os alunos analisam: Qual pista que o carrinho andou mais depressa? Porquê? Qual o carrinho que não saiu do lugar? Porquê? Qual dos carrinhos tem mais chances de ganhar? Porquê? Qual a probabilidade do carrinho nº 01 ganhar? Porquê?

O encontro terminou com um exercício de visualização para os professores: “Questões do quadrado”. Foi muito interessante, principalmente por sentir ser desafiado e imaginar como nossos alunos se comportariam diante de uma atividade dessas.

Vou aproveitar esse momento para lembrar que o material oferecido para desenvolver o curso, os TPs, estão postados nesse blog no dia 04/05/2009. Todos podem ser baixados e salvos. Qualquer dúvida podem me procurar nos endereços oferecidos abaixo da foto.
ANEXO: Corrida de carros - http://www.megaupload.com/?d=TMQPP808