Dia 26/09/2013 aconteceu o encontro com os professores
de 4° e 5° anos do ensino fundamental das escolas municipais de Palhoça na
disciplina de Matemática. Com o objetivo de contribuir
com a disciplina de língua portuguesa no desenvolvimento dos diferentes gêneros
textuais, desenvolvemos a oficina “Brincando de mestre cuca”. Esta oficina, além
de ativar a curiosidade, possibilitou uma discussão
acerca do conceito, da comparação, da equivalência e das operações com números
fracionários.
Vale ressaltar que enquanto matemática, nos
anos iniciais, defendemos que a apresentação e a exploração das frações devem
estar focadas no conceito e nas ideias das operações. O excesso de regras deve
ser cortado, por parte das crianças, nesses primeiros contatos com as frações.
Com isso, buscamos ampliar a compreensão de fração do professor do 4° e 5° anos
do ensino fundamental por meio gênero textual receita utilizando a metodologia
resolução de problemas. Uma única tarefa deu conta de todo o conteúdo
curricular citado: recortar massas de bolos. Vejamos alguns destaques:
Um dos momentos a tarefa perguntava
quantos oitavos precisamos ter para obter um quarto. Num grupo um dos
integrantes respondeu que precisávamos de quatro oitavos e outro integrante
disse que eram dois oitavos. Os dois ficaram um tempo justificando entre si
suas respostas e, no final, o que respondeu quatro oitavos convenceu seu colega
de que estava certo. Destacamos aqui a necessidade de o professor dominar o
conteúdo que vai desenvolver em sala de aula para que possa ter diferentes
argumentos ao perceber que seu aluno está confuso.
Muitas das dificuldades que os
professores tiveram para realizar a tarefa foi por conta da leitura das partes cortadas,
ou seja, em vez de conversarem falando um quarto falavam um pedaço. Assim, na
conversa um pedaço era um quarto, um pedaço era um oitavo e um pedaço era um
meio. De alguma forma falar assim ao introduzir um conteúdo novo como o de
frações, incentiva sua leitura por meio de um número natural. É importante o
aluno olhar para um pedaço e ver nele um número fracionário. Falar
matematicamente correto ajuda os alunos a interiorizarem essa ideia, ou seja,
precisamos que a imagem coincida com a fala e com a escrita.
- Quantidade de
cortes para partir o bolo
Tivemos
grupos que cortaram os bolos com quantidades diferentes de cortes. Um dos momentos
ressaltou esse fato por limitar essa quantidade na tarefa: Divida outro bolo em
oitavos com apenas três cortes. O destaque fica na discussão provocada pelo comportamento
dos professores, que concluíram antecipadamente que não era possível ou que precisaram
da confirmação da formadora quanto à existência da solução para enfrentar o
desafio. Pudemos sentir o que é para um aluno receber um novo desafio e pensar
sobre o que eles costumam fazer em sala: ou dizem que não é possível ou depende
de algum argumento do professor para seguir com a tarefa. A solução foi
encontrada logo em seguida e sua socialização foi muito divertida.
Enquanto
matemática queríamos mostrar ao professor que temos mais de uma solução para a
mesma tarefa que não seja a tradicional, ou seja, a que utiliza quatro cortes
verticais. E, também queríamos mostrar a necessidade de um planejamento antes
da realização de determinadas tarefas. Inclusive, aconteceu de um grupo cortar
a massa do bolo antes de pensar sobre a tarefa e esse corte não permitiu
encontrar uma solução. Pensar numa nova solução com o bolo já cortado aumentou
o desafio e prejudicou alguns participantes.
- Algoritmo
Um dos grupos precisou fazer contas
no papel para responder a uma das questões. Os pedaços de bolos a sua frente não
foi suficiente. Destacamos aqui que nem sempre saber fazer conta significa que
a pessoa compreendeu mesmo o conceito. Ou seja, posso adicionar frações por
meio do algoritmo sem ter compreendido o significado de fração.
Aos
professores cursistas, deixo meu agradecimento pela valiosa participação. Vocês
se envolveram e aproveitaram o encontro plausivelmente. Fico feliz e satisfeita
de saber que temos pessoas como vocês em nossas escolas. Agradeço também o
lanche que vocês levaram, a mesa ficou muito variada e bonita.
Professora
Karina