quarta-feira, setembro 19, 2012

I Seminário - Formação Continuada e Práticas Docentes

  
Prefeitura Municipal de Palhoça
Secretaria Municipal de Educação e Cultura
Setor de Capacitação 

04 de outubro de 2012
Auditório da Prefeitura de Palhoça


Objetivo Geral

Apresentar e debater o tema Formação Continuada de Professores com conhecimento teórico e reflexões, por meio de relatos de experiências pedagógicas de professores da Rede Municipal de Ensino de Palhoça.

 Objetivos Específicos

a) Apresentar estudos, pesquisas e relatos de experiências nas diversas disciplinas do currículo;
b) Propor e discutir alternativas de planejamento;
c) Oportunizar, aos participantes, momentos de construção e reflexão sobre práticas docentes;
d) Valorizar práticas docentes desenvolvidas por professores da Rede Municipal de Ensino de Palhoça.

Público-alvo

O evento é aberto à participação de profissionais da educação que atuam em instituições públicas ou privadas, nos diferentes níveis e modalidades de ensino, bem como aos interessados na temática.

Inscrições

Período: 20/09 a 02/10/2012
Locais: Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Palhoça (Setor de Capacitação) 
Fone: 3279 17 62
Faculdade Municipal de Palhoça – FMP (Coordenação do Curso de Pedagogia) 
Fone: 3342 18 33

 Programação

Abertura
  09:00   Secretária de Educação Jocelete Isaltina da Silveira dos Santos
         Coordenador do Setor de Capacitação Profissional Prof. Ms. Jair Joaquim Pereira

09:15   PALESTRA

            "Tecnologias na educação e os novos desafios"
              Prof. Esp. Alexandre Gandolfi Fróes


10:00/10:30 Intervalo

 SOCIALIZAÇÕES

10:30  GEOGRAFIA

"Diversidade Cultural de Santa Catarina - Cultura Africana"

Profª Esp. Luciana da Rosa Ferreira Silva
Profª Esp. Claudia Irma Rosa

"Geografia e o trabalho interdisciplinar - Lei 10.639/03"

Profª Esp. Kátia Aparecida Antória Ribeiro

11:00 PORTUGUÊS

"Variação Linguística"

Profª Esp. Simone Júlia Garcia da Silva

"Projeto de Leitura"

Profª Esp. Maria Madalena Bechtold

11:30 CIÊNCIAS

"Fungos - Heróis e Vilões"

Profª Esp. Milene Theodorovicz

"As Leis de Newton"

Profª Esp. Cleuza maria A. Saraiva

"Projeto Educação Ambiental - E.B. Profª Adriana Weingartner"

Prof. Francys João Balestreri

12:00/14:00 INTERVALO

14:00  PALESTRA

"Educação a Distância - realidade e perspectiva"

Prof. Esp. Alexandre Gandolfi Fróes

SOCIALIZAÇÕES

14:30  MATEMÁTICA

"Avaliação em Matemática - discussões gerais"

Prof. Esp. Rodrigo Luís dos Santos

"Avaliação em Matemática - das discussões gerais para a sala de aula"

Profª Esp. Mariza Campos Gavilan

14:50 ARTE

"Arte e Cultura Oriental - Japão e Indonésia"

Profª Esp. Stéfanie da Cunha Rocha

"Contribuição cultural asiática em Santa Catarina"

Profª Eliziany Perla Ferreira

15:10  EDUCAÇÃO FÍSICA

"Educação Física e saúde: IMC e FC na EJA"

Prof. Djonatan Luiz Rubick

"Educação Física Escolar: a brincadeira dos cinco animais"

Prof. Esp. Edson Ronei da Silveira

15:30 ENSINO RELIGIOSO

"O Ensino religioso na educação pública"

Profª Esp. Vilma Lucia Hobold Ferreira
Profª Esp. Jane Lúcia Freitas
Profª Esp. Rosane Freitas

15:50 HISTÓRIA

"Letras e Melodias da Guerra (Guerra Fria)"

Profª Esp. Mirian Pereira da Silveira

16:10  INGLÊS

"Occupations"

Profª Esp. Maria Joelma Dias

"The Body Parts"

Profª Esp. Roseli Francisca da S. Rodrigues

"What time is it?"

Profª Esp. Regiane Cristina da S. dos Santos

"Physical Appearance"

Prof. Esp. Renato de Lima Lourenço

"Prejudice"

Prof. Esp. Gilberto da Silva

"Describing Yourself"

Profª Esp. Rosemar Albuquerque Tubino

16:40  ENCERRAMENTO E CERTIFICAÇÃO

Convite - Dia da árvore


quinta-feira, setembro 13, 2012

Fotos 3º encontro de Língua Portuguesa
Humor e Arte na escola
 
 
 














quarta-feira, setembro 12, 2012

Relato conciso: Formação – Língua Portuguesa – Alexandra Espindola

Este 3º encontro foi o mais significativo, porque tivemos a oportunidade de retomar os conteúdos dos outros dois e aplicá-los em atividades descontraídas. Fizemos várias brincadeiras, que resultavam sempre em debates de cunho pedagógico. Ao final de cada atividade, perguntas como “por que levar essa brincadeira para os alunos?” e “qual(quais) o(s) objetivo(os) dessa atividade?” eram feitas e discutidas com os cursistas.

Todos participaram das brincadeiras. Fizeram paródias, cantaram, resolveram enigmas, declamaram de maneira dolente músicas engraçadas, debateram estratégias e objetivos para cada atividade, enfim, deram muitas risadas.

É sempre um desafio ministrar cursos para professores. Isso porque a responsabilidade do formador é grande. Em cada curso, temos a oportunidade de provocar o professor a levar para a sala de aula algumas provocações para os alunos. Insisti no tema humor por crer que a escola pode se tornar um lugar onde o aluno tenha vontade de estar e participar. Uma aula descontraída, um texto engraçado, uma brincadeira divertida podem fazer com que o aluno se interesse pelo conhecimento. Desconstruir alguns mitos é importante, por exemplo, o riso como pecado, o riso como profanador do sagrado, o riso como sinônimo de bagunça em sala de aula etc. A maioria dos alunos reclama que a escola não é interessante. Muitos professores admitem que o “mundo lá fora” é mais atrativo do que a escola. Então, por que não fazer uma escola interessante, atrativa e divertida? Será o humor uma estratégia eficaz para transformar o processo ensino-aprendizagem? Ensinar com humor pode tirar o peso de ser professor? Aprender com humor pode se mais eficaz?

Já tentamos mudar a educação escolar com várias teorias e vários métodos, mas ainda estamos procurando uma maneira de fazer com que o aluno tenha vontade de aprender, tenha curiosidade e se torne pesquisador. Então, por que não tentarmos levar o humor para a sala de aula?

Reuni alguns comentários interessantes dos relatos dos cursistas:

Joice: “Percebi que eles se envolveram e participaram mais das aulas”.

Renato: “É preciso mudar a maneira de ensinar, e o humor é um caminho interessante e gostoso de trabalhar”.

Simone: “Durante a sequência de atividades propostas, as risadas estiveram presentes na sala de aula. O objetivo da sequência didática foi alcançado com sucesso”.

Neli: “A atividade proposta foi bem aceita pelos alunos, pois a acharam bem engraçada e produtiva. Foi então que percebi que os textos humorísticos despertam o interesse dos alunos, pois contribuem com a disciplina e o aprendizado”.

Daniella: “Eu trouxe outros textos de humor para turma, utilizei os textos de humor para turma, aproveitei e utilizei os textos dos colegas, por exemplo, o da Simone "Culinária", que eles adoraram”.

Clarisse: “A atividade proposta “humor na escola” foi muito produtiva. Os alunos estavam interessados e participativos, principalmente ao lerem o texto. Houve participação e interatividade dos alunos”. 

Santana: “Tendo em vista a aplicação da sequência didática em sala de aula, com alunos da quinta série, pude observar e registrar o quanto foi divertido a leitura do texto aplicado e os demais textos produzidos pelos alunos”.

Márcia: “Eles se interessaram pelo assunto achando diferente e divertido”.


Vamos rir, já que, como disse Charles Chaplin:

“Um dia sem rir é um dia desperdiçado”.

terça-feira, setembro 11, 2012

Matemática - últimos encontros do Pró-Letramento por Karina Zolia Jacomelli Alves

O curso pró-letramento em Matemática está na reta final. Nos últimos três encontros desenvolvemos os fascículos 6, 7 e 8.

No fascículo 6, cujo tema é Tratamento da Informação, pudemos conversar sobre probabilidade e estatística, mais especificamente, sobre população, amostra, variável, medidas de tendência central, tabelas e gráficos. A metodologia utilizada: resolução de problemas permitiu colocarmos tudo o que conhecemos sobre o assunto e todas as dúvidas para serem discutidas em grande grupo.

O fascículo 7 discursa sobre a metodologia da resolução de problemas: o que é um problema matemático, quais são os diferentes tipos de problemas, o processo ou etapas da resolução de problemas, tipos de registros e avaliação dos processos de ensino e aprendizagem na resolução de problemas. Para o problema denominado recreativo, experimentamos os jogos Kalah e Contig 60.

O foco do fascículo 8 foi a avaliação. O material possui um espaço para a avaliação coletiva, avaliação como forma de inclusão, e avaliação e o registro e portfólio. A montagem de um portfólio será tarefa dos professores cursistas, segundo orientações dadas no curso.

O último encontro, previsto para final de setembro, será dedicado à socialização das tarefas realizadas em sala de aula, principalmente do portfólio.

Para solicitação de materiais ou esclarecimento de dúvidas, envie um email para kzjacomellia@hotmail.com.




quinta-feira, setembro 06, 2012

CAMPANHA PRESERVE O MANGUE: O BERÇÁRIO DO MAR


A Secretaria Municipal de Educação e Cultura da Prefeitura Municipal de Palhoça, em parceria com a Fundação do Meio Ambiente, realiza a campanha PRESERVE O MANGUE: O BERÇÁRIO DO MAR, entre os dias 10 e 21 de setembro de 2012, nas Escolas Básicas Municipais de Palhoça. Além da proposta de desenvolver medidas sócio-educativas na escola, o projeto propõe o concurso de fotografias e produção textual (texto informativo), a partir das fotos, para os alunos das turmas de 7ª e 8ª séries do Ensino Fundamental. O concurso é a etapa final de um trabalho de conscientização dos alunos acerca da real situação do mangue, de sua importância ao meio ambiente e da responsabilidade humana no processo de degradação da natureza. Trata-se, portanto, de uma proposta de análise crítica da destruição do meio ambiente, cujo foco é a ação humana necessária para a conservação dos mangues do município.  
O resultado DO CONCURSO será divulgado dia 21/09/2012, às 14h, no Parque Ecológico Municipal de Palhoça.
 Neste mesmo dia e local, os alunos vencedores receberão os prêmios oferecidos pela organização.

  • 1º lugar: 01 tablet
  • 2º lugar: 01 tablet
  • 3º lugar: 01 tablet




quarta-feira, setembro 05, 2012

3º Encontro de Capacitação em História – Breve Relato

Relatório Capacitação História

Ministrante: Prof. Paulo Valério M. da Silva
Local: Dependências da FMP – Faculdade Municipal de Palhoça
Data: 23 de agosto de 2012 – Períodos matutino e vespertino

Trata-se do terceiro encontro, promovido pelo Setor de Capacitação Profissional da Secretaria Municipal de Educação do município de Palhoça. Com início previsto para as 8:30 da manhã, foram iniciadas as atividades concernentes a disciplina de História. Contamos com um total de seis professores de várias unidades escolares do município. Primeiramente o ministrante esclareceu dúvidas relativas ao encontro de número 2 e, na sequência iniciou os trabalhos de continuação do que vem sendo trabalhado e organizado da seguinte forma para este terceiro encontro:

O ensino de História: quatro temas para reflexão”

1 – Sobre a História da História...

Trajetória da disciplina no Brasil
Políticas públicas
Projeto de nação pós-1964
Militares, industriais e o projeto brasileiro de Educação
As Humanidades e o ensino de história
Reducionismo, aligeiramento e (des) qualificação profissional
Currículo ontem e hoje: desafios do ensino de História frente ao “passado recente ou a história próxima”

2 – Sobre o que deve ser realmente essencial

Matriz teórica e concepção de homem e de mundo
Autonomia docente

O professor progressista
Curriculo e compromisso social:
Consciência crítica
Emancipação humana
(Re) alfabetização do olhar histórico
Prioridade e problematização de temas

3 – Sobre o ensino de História (na teoria e prática)

A Escola e a curiosidade
Eficácia?!?
Da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica
Identidade cultural
Conhecendo o educando
Ensinar como possibilidade de intervenção e mudança
Objeto e sujeito da História
Sobre o ciclo gnosiológico
Docência e não-neutralidade
Ética e política

A primeira atividade prática, propriamente dita, após o trabalho e discussões de temáticas listadas acima, foi a produção de uma reflexão centrada no seguinte questionamento:

As ciências nos mostram que não há desenvolvimento sustentado sem o capital social, gerador de inovação, de responsabilidade e de participação cívica. E que a escolarização é a condição fundamental de acesso à cultura, ao sentido crítico, à participação cívica, ao reconhecimento do belo, e ao respeito pelo outro”.

Ref: SILVA, T.T.da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo.

Questão: Tendo como base o texto acima, em aspectos gerais, trace considerações a respeito de como trabalhar o currículo de História como instrumento político emancipatório. Quais seriam os pressupostos básicos necessários para a promoção da emancipação humana?

Bom trabalho!

Na sequência postaremos as produções na Plataforma Moodle (laboratório de informática).

Ao final da manhã, cursistas e formador se dirigiram a sala de informática para postagem dos textos produzidos, em mais um momento de “exercício” da utilização da plataforma criada e implantada pelo Setor (WWW.capacitapalhoca.com), sob a orientação do professor e do responsável pela área de informática.

Esta atividade foi desenvolvida de forma individual, posteriormente sendo socializada. Por meio desta, podemos - ministrante e cursistas - obter o start para os trabalhos do período vespertino. Escutar a leitura das respostas dos cursistas possibilitou um melhor conhecimento da escrita, da reflexão e das matrizes teóricas de cada um (fatores que influenciam no processo de ensino-apredizagem dos mesmos). Os colegas interagiram e cada texto produzido trouxe reflexões de extrema importância para construção de um quadro – no período vespertino - com os principais pontos de cada texto e posteriormente observar os pontos de convergência e divergência.

O último bloco/momento do encontro de formação foi intitulado de “Oficinas de Ensino de História – para pensar a Educação”. Questões práticas de ensino foram discutidas com ênfase em metodologias que privilegiam o uso da música, da poesia e dos textos como facilitadoras do processo ensino aprendizagem em História. Teoria e prática se uniram para que o encontro tivesse um caráter mais substancial, trazendo questões de base epistemológica, porém sem perder o foco do chão-de-escola. Acredito que obtivemos êxito.
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1. Graduado - História - licenciatura e bacharelado – UFSC (Turma 98.2)

Pós-graduado em Educação de Jovens e Adultos – CEFET/SC (2007)
Mestrando – Linha Formação de Educadores – CED/UFSC (desenvolvendo pesquisa sobre epistemologia e política nas pesquisas sobre formação continuada em História, período 2000 - 2010)
Professor - capacitador na área de História desde 2009 – SME/Palhoça/SC

2. Trata-se de material e curso direcionados ao Ensino de História em sua dimensão teórica e prática. O encontro foi organizado a fim de esgotar uma parte do que foi proposto, ficando a parte final para ser trabalhado no encontro de número três. A dinâmica de trabalho é baseada na sistematização e exposição das temáticas pelo ministrante, levando em conta a participação efetiva dos cursistas, sem a qual o objetivo final não poderia ser obtido com sucesso (construção de conhecimento; debates, atividades de reflexão, exposição de idéias, discussões temáticas, atividades no laboratório de informática).

terça-feira, setembro 04, 2012

Entrevista com João Batista Araújo e Oliveira à Revista Veja

"Há décadas governos estaduais, municipais e federal se vangloriam de suas escolas-modelo, unidades que recebem toda a atenção da administração de plantão e que, por isso, se destacam dos semais colégios públicos pela excelência. Os governantes deveriam, na verdade, se envergonhar da situação, afirma o educador João Batista Araújo e Oliveira, presidente do Instituto e Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, ONG dedicada à educação. O argumento do especialista à educação. O argumento do especialista é simples: "As escolas-modelo são exceções. A regra, como sabemos, são as demais escolas do Brasil". Para incentivar governos a corrigir a distorção, Oliveira criou , em parceria com a Gávea Investimentos e a Fundação Lemann, o Prêmio Prefeito Nota 10, que vai ar 200 000 reais a administradores municipais cuja rede de ensino fundamental obtiver a melhor avaliação na Prova Brasil, exame federal que mede a qualidade do ensino público no ciclo básico. Escola-modelo, portanto, não conta. "Não adianta o prefeito falar que tem duas escolas excepcionais, se as demais não acompanham esse nível. Queremos premiar o conjunto."

Veja- O MEC divulgou nesta semana os resultados da Prova Brasil, que mostra o nivel de aprendizado das crianças no ciclo fundamental das escolas públicas. Como o senhor avalia os resultados?

Oliveira - Eles foram divulgados com grande fanfarra, mas não há nenhuma justificativa para isso. Se você analisa a questão no tempo, percebe que existe estagnação. Há um ponto fora da curva, os resultados divulgados em 2010. Mas eles não foram corroborados neste novo exame, e já esperávamos isso. Estamos onde estávamos em 1995. Há uma melhora bem pequena nos anos iniciais da escola, e pouquíssima variação nas séries finais e no ensino médio. Os gastos em educação aumentaram - e muito - e foram criados muitos programas, mas isso não tem consistência suficiente para melhorar a qualidade do ensino. Então, temos duas hipóteses para a estagnação: ou os programas criados são bons mas não foram bem executados, ou são desnecessários e não trouxeram benefício algum.

Veja - Especialistas, entre os quais o senhor, pregam que uma reforma educacional eficaz se faz com receitas consagradas - ou seja, sem invencionices. Quais são os ingredientes para o avanço?

Oliveira - O primeiro é uma política para atrair pessoas de bom nível ao magistério. Desde a década de 60 há um rebaixamento do nível do pessoal, e a qualidade do ensino depende essencialmente do professor. O segundo ingrediente é a gestão do sistema. Uma boa gestão produz equidade: todas as escolas de uma mesma rede funcionam segundo o mesmo padrão. Hoje, unidades de uma mesma rede, estadual ou municipal, apresentam desempenhos díspares. O terceiro é a existência de um programa de ensino estruturado, que falta ao Brasil. As escolas têm um punhado de papéis reunidos sob o nome de "proposta político-pedagógica", seja lá o que isso queira dizer: começa com uma frase do Paulo Freire e termina citando Rubem Alves. Os governos de todos os níveis abriram mão de manter uma proposta de ensino, detalhando o que os alunos devem aprender em cada série. O quarto ingrediente é um sistema de avaliação que possa medir a evolução do aprendizado. Para isso, porém, é preciso ter um programa de ensino: afinal, se você não sabe o que ensinar, como vai saber o que avaliar? De posse de bons profissionais, gestão, programa de ensino e métodos de avaliação, acrescenta-se o último ingrediente, um sistema de premiação e punição. Algumas redes começam a pensar em um sistema de premiação, mas não adianta só dar incentivo. É preciso premiar quem faz direito e punir quem não faz. Hoje, o único punido no sistema de ensino brasileiro é o aluno reprovado. Isso é covardia. Nada acontece com professor, diretor, secretário de Educação, prefeito ou governador quando eles falham.

Veja - Em meio a tantos desacertos, há municípios fazendo a lição de casa em matéria de educação?

Oliveira - Sim, mas os exemplos são poucos. Sobral, no Ceará, é um deles, além de algumas dezenas de cidades em São Paulo e em Minas Gerais. Elas seguem a receita de estruturar o ensino, de cuidar de questões que realmente fazem a diferença. Mas ainda estamos falando das primeiras séries do ensino fundamental. Ou seja, estmaos aprendendo a fazer escola primária.

Veja - Os senhor organiza um prêmio que será entregue a administrações municipais que mostrarem o melhor desempenho em educação. Como ele vai funcionar?

Oliveria - A ideia é premiar o prefeito das cidades que apresentarem uma rede de qualidade, ou seja, um conjunto em que todas as escolas atinjam um patamar satisfatório de ensino. Não adianta o prefeito falar que tem duas escolas-modelo, excepcionais, se as demais não acompanham esse nível. Queremos premiar o conjunto.

Veja - Qual o problema das escolas-modelo?

Oliveira - O problema é que elas não são modelo de nada. Em sua excelência, elas são exceções. O prêmio parte da premissa de que uma andorinha sozinha não faz verão. Por meio da Prova Brasil, constatamos que existem algumas escolas boas espalhadas pelo país, mas, sozinhas, elas não vão mudar o jogo. Precisamos de uma rede que funcione. Quando analisamos avaliações de outras nações, percebemos que escolas de uma mesma rede têm um desempenho muito similar. Isso é democracia, isso é cidadania: você pode matricular seu filho em qualquer escola, pois todas oferecem o mesmo nível de ensino.

Veja - Por que é tão difícil levar qualidade das escolas-modelo para toda a rede de ensino?

Oliveira - Porque no Brasil o que importa é acessório. O legal é colocar xadrez na escola, é ensinar teatro. O brasileiro vai à Finlândia e acha que o sucesso da educação daquele país se deve ao fato de que as paredes das escolas são pintadas de rosa. Na volta ao Brasil, ele quer pintar todas as escolas daquela cor. Depois, ele vai à França, onde vê um livro que julga importante e decide introduzi-lo nas escolas daqui... Em vez de olharmos o que os sistemas de ensino daqueles países têm em comum, olhamos exatamente para que o há de diferente neles, como se isso fosse a bala de prata da educação. Por isso gestão é tão importante: é preciso focar o DNA da escola e deixar de lado o que é periférico. O problema é que as escolas e as secretarias de Educação estão povoadas de pedagogos, e não de gestores. Não conheço uma Secretaria de Eduação do Brasil que tenha um especialista em demografia, que saiba quantas crianças vão nascer nos próximos anos e, portanto, quantas escolas precisam ser abertas ou fechadas.

Veja - Há algum meses, o MEC anunciou a aquisição de milhares de tablets para professores. O senhor vê isso com bons olhos?

Oliveira - É mais confete. O bom professor vai se beneficiar; o mau, não. E nem o benefício ao bom professor justifica o custo. Quando a tecnologia está atrelada ao professor, ele, o ser humano, vai ser sempre o fator limitante. Nenhum país conseguiu melhorar a educação a partir do uso da tecnologia. Não estou dizendo que a tecnologia seja ruim. Ela tem potencial, desde que seja usada no contexto apropriado. Não adianta colocar ingredientes certos na receita errada.

Veja - Alguns países que tinham índices educacionais semelhantes aos do Brasil hoje ostentam números aceitáveis ou mesmo invejáveis. É o caso de Coreia do Sul, China e Chile. O que essas nações podem ensinar ao Brasil?

Oliveira - Elas podem servir de modelo, mas é preciso entender o processo de cada uma delas. Os três países citados aprimoraram seu sistema de ensino em regime militares, o que não é arealidade do Brasil, felizmente. Mas a estratégia central dessas nações foi adotar medidas de forma gradual. Essa é uma lição que o Brasil tem dificuldades para aprender. Queremos fazer tudo de uma só vez, e acabamos não fazendo nada direito. A Coreia do Sul, por exemplo, realizou sua reforma entre os anos 1950 e 1980. Primeiro, reestruturou o ensno primário, depois, o ginásio, e assim por diante. A outra estratégia acertada dessas nações foi construir as condições necessárias ao sucesso do ensino. Dou novamente um exemplo dos sul-coreanos: eles introduziram um programa de ensino rigoroso, tocado por professores bem formados. Temos também exemplos de democracias que fizeram reformas educacionais bem-sucedidas, como Finlândia e Irlanda. A Finlândia tinha índices mito inferiores aos dos demais países escandinavos. Há cerca de trianta anos, eles elaboraram um plano de ensino extremamente rigoroso, que incluía formação lapidar de professores.

Veja - A sensação generalizada é que o ensino público nacional é um desastre. É uma visão errada?

Oliveira - È uma visão correta. Sobretudo para as crianças pobres, que teriam na escola a única chance de ascensão social. A escola é um desastre quando analisada pela ótica das avaliações internacionais, e um desastre também do ponto de vista pessoal, individual. A única chance que um cidadão tem de melhorar de vida no Brasil é por meio da educação de qualidade. E ela não tem qualidade para a maioria das pessoas. O número de jovens que chegam ao ensino médio é baixíssimo, e entre estes a evasão é uma calamidade. E o governo é incapaz de entender que há um modelo errado ali, que penaliza jovens justamente quando eles atravessam uma fase de afirmação.

Veja - O Enem foi criado como ferramenta de avaliação e aprimoramento do ensino médio. Porém, vem sofrendo mudanças para atender a outro fim: a seleção de estudantes para universidades públicas. Qual a avaliação do senhor a respeito?

Oliveira - Ninguém consegue servir a dois senhores. O Enem nasceu com um formato, mas transformou-se em outra coisa. Ele nasceu para ser uma prova de avaliação das competências dos jovens, mas não deu certo. Em seguida, tentou-se vender a ideia de que é uma prova seltiva, um vestibular barato. E ficamos com esse troço que ninguém sabe o que é. O Enem não tem a menor importância. A ideia de ter uma forma simplificada de ingresso à universidade é bem-vinda, mas isso não serve para todos os estudantes do ensino médio.

Veja - O que poderia ser feito para corrigir o ensino médio?

Oliveira - O Brasil tem a necessidade de atender a demandas da sociedade e da economia. Mas insistimos em fazer um ensino acadêmico, repovando alunos e negando qualquer futuro a essas pessoas. O grosso do currículo escolar tem de ser voltado para a massa, para pessoas que vão enfrentar o mercado de trabalho. Uma formação técnica, profissional, para aquele sujeito que vai trabalhar no shopping, no telemarketing. Não há demérito algum nisso: essa é a base das economias de serviço. Nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, 50% das pessoas que estão no mercado de trabalho têm apenas o ensino médio. É um nível de qualificação que permite a eficiência da economia. Aqui, quem possui somente o ensino médio é considerado um fracassado.

Veja - Tramita no Congresso o Plano Nacional de Educação, que prevê aumentar o procentual do PIB destinado à área de 5% para 10%. A falta de dinheiro é a razão de crianças não saberem ler ou operar conceitos fundamentais de matemática?

Oliveira - O país deve investir em educação, mas colocar dinheiro na equação atual é jogá-lo fora. O problema mais importante é a gestão. Não adinta pôr mais dinheiro no sistema atual porque ele vai ser malgsto. É como pagar dois professores que não sabem ensinar: melhor é pagar somente um bom mestre. Temos problemas estruturais muito graves: se eles não forem resolvidos, não haverá financiamento que baste. Desde 1995, o salário do professor quintuplicou no Brasil, mas não houve anaço no desempenho do ensino. Então, aumentar uma variável só não vai mvexer no resultado. A equação é mais complexa. Além disso, 10% é uma cifra descabida do ponto de vista da macroeconomia.

Veja - O país estabeleceu metas para o ensino básico até 2021. Como estará o Brasil, do ponto de vista da educação, às vésperas do bicentenário da Independênciaa?

Oliveira - Estaremos no mesmo patamar. Não há nenhuma razão para pensar que será diferente. Não se muda a educação estabelecendo metas, mas a partir de instituições. Não há milagre. Uma vez que não existe investimento nas políticas corretas, não há por que achar que teremos uma situação melhor no futuro.

Fonte: Goulart, Nathalia. NÃO PRECISAMOS DE ESCOLAS-MODELO por JOÃO BATISTA ARAÚJO E OLIVEIRA. Revista Veja, edição 2283, ano 45, n° 34, editora Abril: 22 de agosto de 2012