segunda-feira, julho 20, 2009

Considerações parciais acerca do Gestar II por Jair Pereira

Nos últimos anos, têm ocorrido inúmeras discussões acerca do ensino de Língua Portuguesa nas escolas da rede municipal de Palhoça. O que se tem em pauta é uma proposta de rompimento com a visão tradicional que relaciona o ensino da Língua Portuguesa ao estudo da gramática normativa.
Dessa forma, com frequência, novas abordagens, como o GESTAR II, têm surgido trazendo novos pontos de vista, que são apresentados aos professores em encontros semanais. Essa nova metodologia representada pelo GESTAR II mostra novos métodos para se trabalhar Língua Portuguesa, dentre outras áreas de conhecimento, e rejeita a prática tradicional ainda muito presente na educação básica.
O trabalho desenvolvido até aqui vem reforçar as teorias e estudos que ressaltam a importância de o professor planejar e organizar atividades que possibilitem ao aluno utilizar a língua, tanto na modalidade oral quanto na escrita, em diferentes situações.
Tivemos a intenção de apresentar, neste portfólio, algumas questões a respeito da prática pedagógica dos professores de Língua Portuguesa de Palhoça, a fim de mostrar que o GESTAR II traz uma nova concepção do ensino da língua e apresenta novas formas de conduzir o processo de ensino-aprendizagem.
O estudo da gramática, por exemplo, deve ser uma estratégia para compreensão, interpretação e produção de textos. O texto passa a ser a unidade fundamental para o aprendizado do aluno, e não, de modo fragmentado, unidades menores da língua, como o fonema, a sílaba, ou a palavra. Por tudo isso, o texto deve ser o ponto de partida e de chegada das atividades de ensino-aprendizagem da língua. É a partir do texto que as atividades e conteúdos devem ser selecionados e organizados. O ensino de Língua Portuguesa, segundo a proposta apresentada pelo GESTAR II deve, portanto, centrar-se em três práticas: a prática de compreensão de textos, a prática de produção de textos e a prática de análise linguística. Assim, os professores são orientados a associar o estudo da gramática à prática de leitura, de forma que o aluno aprenda a utilizá-la sem necessariamente precisar decorar nenhuma regra

Relato de atividade Gestar II - texto "Essas Meninas"de Drummond por Maria Joema Dias

Tempo despendido com a atividade: aproximadamente 12 aulas

1º passo: Passei o conto “as meninas” (TP3) para os alunos copiarem, pedi atenção ao copiar, pois muitos alunos ainda têm dificuldade de copiar do quadro, e o fazem deixando palavras incompletas ou pulando algumas.

2º passo: Discutimos o texto, procurando entende-lo, e depois passei as questões de entendimento do texto propostas pelo material.

3º passo: Voltamos a discutir as questões, procurando extrair o máximo de informações do texto.

4º passo: Em seguida, passei as questões enviadas pelo Jair, que eu denominei como “Além do texto”, pois pedia que os alunos dessem nomes, locais e outros dados que não estavam no texto.

5º passo: Reescrever o texto acrescentando as novas informações, sem perder as antigas de vista.

6º passo: Pedi que relessem os textos, procurando possíveis erros ortográficos, de pontuação, acentuação ou ainda de sentido. Li cada texto com os alunos e sugeri algumas alterações quando necessário.

7º passo: Pedi que escrevessem o texto final, os quais (alguns) envio em anexo.

8º passo: Procurei esclarecer com toda a turma, o porquê de reescrever várias vezes um texto, o que é necessário perceber em cada revisão (coerência, coesão, etc), e ter em mente que quem vai ler, seja uma carta, um artigo ou um livro, não sabe o que o autor quer dizer, isto tem que estar claro no texto.

9º passo: Avaliamos o trabalho realizado.

Avaliação da atividade

O envolvimento dos alunos foi total, principalmente porque é um tema que os rodeia constantemente, tiveram boa participação oral e escrita, perceberam a necessidade de reescrever um texto e como ele pode ser alterado a cada revisão, disseram que muitas vezes ao revisar o texto, tinham vontade de acrescentar novas informações, o que deixou alguns textos bem extensos.
Ao fazermos a avaliação, procurei mostrar a eles como a gramática havia sido trabalhada na construção do texto, e tive a grata satisfação de vê-los pedir novos trabalhos com a mesma dinâmica.

Criando classificados por Maria Joelma Dias

Objetivo: trabalhar a argumentação dos alunos.

1º passo: Ler o texto da pg. 40 do livro AAA3 - versão aluno.

2º passo: discutir e responder as questões propostas no material.

3º passo: propus aos alunos que fizessem alguns anúncios, colocando à venda: um objeto novo, um objeto usado, um animal, a sogra e outro parente.
Deixei claro que as informações deveriam ser o mais precisas e convincentes possíveis, a respeito das pessoas, objetos e animais. Que usassem bons argumentos para atrair futuros compradores.

4º passo: solicitei aos alunos que se colocassem no lugar do parente oferecido à venda e rebatessem os argumentos, de forma a convencer as pessoas que lessem o anúncio a não se interessar mais pela compra.

Alguns relatos seguem em anexo.

Avaliação

Tive uma grande surpresa na realização desta atividade. Esta turma é bem pequena, formada por jovens, alguns adolescentes, e tenho, sempre, uma grande dificuldade em levá-los a realizar qualquer atividade. Um dos primeiros alunos a finalizar este trabalho, foi exatamente um destes que nunca faz nada, e para minha surpresa, fez um ótimo trabalho, deixando-me muito satisfeita com o resultado.
Seguem anexos alguns dos textos produzidos em sala.

Classificando Gêneros Textuais por Maria Joelma Dias

Objetivo: identificar as diferenças existentes entre os diversos tipos de texto.


1º passo: Apresentei à turma os textos:

- biografia de Carlos Drummond de Andrade (TP3- pg. 19)
- receita de espaguete com brócolis e tomate seco (TP3- pg. 20)
- propaganda do Greenpeace sobre o desmatamento (TP3- pg. 20)

2º passo: Após a leitura dos três textos, conversamos e procuramos identificar as diferenças e semelhanças entre os textos.

3º passo: Responder as questões propostas pelo TP e outras questões surgidas da discussão em sala.

4º passo: Solicitei aos alunos que fizessem sua própria biografia e logo em seguida, pedi que a refizessem, agora escrita em 3ª pessoa. Alguns trabalhos serão enviados como anexo.

Avaliação

O resultado com a turma da Eja foi muito diferente da turma regular. Talvez pela falta de tempo, eles desenvolveram o trabalho de forma bem mais precária, não se envolvendo e demonstrando falta de interesse. Espero melhores resultados em outras atividades.

Reflexões acerca do Gestar II por Maria Joelma Dias

O ensino da língua portuguesa sempre me deu um grande prazer e uma grande preocupação.
Prazer em ver como podemos crescer quando lemos e entendemos o mundo à nossa volta.
Preocupação quando vejo a maneira como o assunto vem sendo tratado pelos profissionais da área e com o desgaste que causa aos alunos e professores quando se ensina gramática desvinculada do texto e da realidade.
O projeto GESTAR II veio mostrar uma nova possibilidade de ensino da língua portuguesa e a partir do momento que propus esta nova abordagem aos alunos, a aceitação foi imediata. Eles perceberam nos textos suas próprias limitações e com a ajuda de colegas e mediação da professora, conseguiram vencer limites e aprimorar sua maneira de se relacionar com o mundo à sua volta, seja na escola, em casa ou no trabalho.
Acredito que esta forma de se abordar a língua portuguesa possa resultar em pessoas mais conscientes, capazes de solucionar seus problemas e lutar por seus direitos.

Relato de atividade sobre o gênero bula por Joice Porto

Escola: Escola Básica Municipal Prefeito Reinaldo Weingartner
Turmas: 5ª séries – 54, 55 e 56
Nº de alunos: média de 25 alunos em cada uma delas
Professora: Joice Porto
Duração:7 aulas de 45 minutos

Iniciei atividade fazendo uma sondagem com os alunos sobre: o que é bula? Onde encontrá-la? Qual o objetivo? Por que é importante ler a bula? Quem pode e deve receitar remédios? Por quê? Como e quais os cuidados que precisamos ter ao comprar um remédio? Qual o melhor remédio para a febre? O que é antitérmico?
Durante esta sondagem com os alunos da 54, surgiu a idéia de trazerem termômetros. Então, perguntei quem tinha em casa o termômetro digital e quem tinha o termômetro “simples” e pedi que trouxessem na aula seguinte, juntamente com uma bula de um antitérmico.
Nas turmas 55 e 56, pedi apenas que me trouxessem as bulas.
Na aula seguinte, na turma 54, iniciei pedindo aos alunos os termômetros: um digital e outro “simples”, para mostrá-los como podia ser tirada a temperatura do corpo em ambos. Para minha surpresa muitos sequer conheciam o termômetro “simples”. Depois disso, pedi que fizessem grupos de três alunos e distribui cópias da atividade da aula 1 do caderno AAA4. Fui de grupo em grupo e ajudei os alunos a selecionar as bulas, uma vez que muitos trouxeram bulas de medicamentos que não eram para a febre, já outros nem trouxeram. Por este motivo, para as outras duas turmas (55 e 56) providenciei cópias de um único antitérmico. Isto também facilitou a minha orientação.
Em seguida, li em voz alta a atividade e as expliquei, pois todas as três turmas têm bastantes dificuldades na interpretação e na concentração. Isto é, são turmas que têm poucos alunos, em média 25 alunos, porém apresentam bastantes alunos indisciplinados e muita conversa paralela, agravadas por uma disparidade: alunos repetentes, com idade entre 13 e 16 anos, e alunos que acabaram de vir da 4ª série, com idade entre 10 e 11 anos. (Este problema é mais grave na 54, mas se repete nas três turmas).
Ao longo da atividade notei que os alunos tiveram bastante dificuldade de localizar as informações e até mesmo entender o que precisava ser feito. Então, coloquei no quadro os tópicos que eles precisavam localizar e pedi que escrevessem no caderno as informações mais importantes.
Mesmo com os tópicos no quadro eles continuaram com muitas dificuldades.
Durante esta localização, passei de grupo em grupo e os orientava sobre a linguagem técnica, as informações mais importantes e pedia que focalizassem nas informações que seriam mais importantes para o “Antônio” (personagem citado na atividade). Conforme a conversa abria discussão para os outros grupos.
Foram quatro aulas só para a localização, primeiro porque os alunos tiveram bastante dificuldades, depois porque só tenho aulas com as turmas segunda, terça e sexta-feira, (na 54, tenho 2 aulas na segunda-feira e duas na terça-feira), dias que os alunos foram visitar o museu, houveram reuniões (coincidentemente os três eventos foram justo nestes dias que dou aulas, só que em semanas diferentes).
Na aula seguinte à localização das informações, iniciei uma conversa fazendo uma síntese do que foi localizado e quais informações eram mais importantes. Em seguida, criei uma situação e pedi que alguns alunos escrevessem no quadro um bilhete para deixar para a mãe dizendo que iam fazer um trabalho na casa de um amigo depois da aula.
Depois de escreverem o bilhete no quadro, começamos uma análise do que estava certo e o que devia ser melhorado. Além disso, lembrei que não éramos médicos e que por isso, não podíamos dizer ao “Antônio” como tomar os remédios, o que poderíamos fazer era ajudá-lo a fazer a leitura da bula.
A produção e revisão do bilhete demorou mais duas aulas, uma vez que passei de grupo em grupo para orientá-los na re-escritura.
No início, pensei em desistir da atividade, pois muitos dos alunos sequer sabiam o que era bula, onde podia ser encontrada e onde estavam localizados os tópicos com as principais informações, mas decidi encarar o desafio. Felizmente, através da atividade e do estudo da bula, eu tive uma noção ainda maior da dificuldade de alguns alunos (nas três turmas) que não são letrados, apenas sabem decodificar o que leem. Isso me possibilitou uma reflexão ainda maior sobre o meu trabalho.
Por ser um trabalho em grupo, houve bastante interação, muitos dos obstáculos foram sendo superados ao longo da atividade e, no geral, o objetivo foi alcançado nas três turmas.
A turma que mais se sobressaiu foi a 55 e a que mais teve dificuldades foi a 54.
[1] atividade 1 do AAA4.

Sequência didática e relato do avançando na prática - receitas por Joice porto

Objetivos: Identificar características que levam à classificação de um gênero textual: receita
Reconhecer a transposição de um formato de gênero textual para outro.

Descrição:
1 - Entregar uma cópia com as duas receitas aos alunos;
2 - Ler, analisar e identificar as diferenças e semelhanças na organização das duas receitas;
3 - Chamar a atenção dos alunos para a transposição de gêneros, ou seja, apesar de seguir o mesmo “modelo” - pois a distribuição das partes, a forma de enumerar os ingredientes e as estruturas linguísticas direta com o leitor são características reconhecíveis em qualquer receita - , o trabalho com a linguagem na receita 2 constrói diferentes sentidos da receita 1. A ironia produzida, que tem o objetivo de crítica política, deve-se a mudança de enquadre. Assim, para classificar um gênero deve-se levar em conta o interlocutor e a situação sociocomunicativa, além da estrutura lingüística;
4 - Pedir que levem para a sala de aula receitas culinárias para que possam analisar lingüisticamente o texto;
5 - Propor aos alunos um exercício de transposição de gêneros textuais (intertextualidade entre gêneros);
6 - Pedir que produzam uma receita, considerando algumas sugestões de ingredientes que podem ser:
Amor, paixão, compaixão, alegria, emoção, humildade, paz, união, etc.
7 - Fazer uma análise conjunta dos textos produzidos:
a) Que elementos você identificar na estrutura do texto que o assemelham a uma receita culinária?
b) Por que, apesar dessas semelhanças, não podemos classificá-lo como gênero receita?
c) Que efeitos de sentido o autor consegue levar ao leitor com esse formato de gênero “transportado” de outro gênero?
- Para essa atividade tirar xerox de alguns textos e analisá-los no retroprojetor.

Recursos: xerox com duas receitas, quadro, giz, retroprojetor.

Receita I

Espaguete com Brócolis e Tomate seco
· 400 g de espaguete
· 1 xícara (chá) de brócolis cozidos
· 1 tomate seco em tirinhas
· 2 colheres (sopa) de azeite
· 1 dente de alho picado
· sal e pimenta-do-reino a gosto
Cozinhe o macarrão em água quente abundante com sal. Escorra e reserve. Em uma frigideira grande, aqueça o azeite e refogue o alho até dourar. Junte o brócolis e o tomate e tempere com sal e a pimenta-do-reino. Ponha o macarrão, mexa e sirva em seguida.
(texto retirado do TP3, p. 33)
Receita II

Lasanha à recessão gratinada
Ingredientes
1 membro presidenciável da academia de Letras
1 pitada de violência
1 ano de salário congelado
2 salários de fome (vulgo salário mínimo)
5 cidadãos desnutridos crus
5 baldes de promessas de tipo “prometo zelar pelos interesses do povo brasileiro sem jamais pensar em interesses pessoais”
3 tabletes de clichês famosos como “O Brasil é um gigante adormecido”
Modo de preparar
Deixe de molho por algumas horas, nos baldes de promessas, o ingrediente presidenciável, os salários de fome e os cidadãos desnutridos crus. Agora refogue o salário congelado com a pitada de violência. Misture os ingredientes e leve ao forno quente para gratinar por duas horas. Polvilhe com clichês famosos e sirva em porções mínimas.
(retirado da Internet, com adaptações)

Escola: Escola Básica Municipal Prefeito Reinaldo Weingartner
Turma: 7ª série - 71 (EJA)
Nº de alunos: 22
Professora: Joice Porto
Duração: 4 aulas de 40 minutos
Período: noturno

Relato

Eu tive muitas dificuldades em aplicar as atividades deste planejamento, uma vez que só tenho três aulas semanais (terça, quarta e quinta-feira) na turma 71. Na terça-feira não teve aula normal, pois teve greve de ônibus, foram poucos alunos e faltaram alguns professores; na quarta, ainda por causa da greve os alunos foram dispensados mais cedo e não tive aula com a turma; na quinta faltaram três professores (por motivo de doença) e, então, havia três professores para dar aulas para cinco turmas. A saída foi dar aulas para duas turmas ao mesmo tempo. Juntei, então, duas turmas e iniciei a aula pedindo para os alunos sentarem em dupla para acompanhar a leitura do texto (pois não tinha cópias suficientes). Eu fiz a leitura e depois refletimos, identificamos e analisamos as diferenças e semelhanças entre os textos. Mostrei e expliquei a transposição de gêneros e pedi que trouxessem para a próxima aula receitas culinárias.
Na aula seguinte (agora só com a turma da 71), que só aconteceu uma semana depois, a maioria não levou a receita, porém eu levei e as emprestei para que os alunos analisassem lingüisticamente o texto.
Após isso, pedi que me produzissem a receita conforme sugerida no planejamento. Alguns acharam estranho, disseram que era difícil, mas produziram o que foi pedido. Conforme os alunos iam fazendo a receita, eu sentava com eles e sugeria o que podia ser melhorado.
Depois de me reescreverem as receitas me entregaram os textos.
Na aula seguinte, tirei cópias de duas receitas que ainda tinham problemas (na estrutura, na pontuação e na ortografia) e duas que ficaram muito boas para comparar e fazer com que os alunos percebessem os problemas dos textos e sugerissem algumas soluções. Além disso, faríamos a análise conjunta dos textos produzidos. Porém, ao testar o retro-projetor, o mesmo estava com a lâmpada queimada e, assim, não pude seguir a aula conforme havia planejado. Então, devolvi as receitas aos alunos e fizemos uma análise em conjunto e depois sentei individualmente com os aluno cujas receitas apresentavam problemas e dei algumas sugestões de como poderia ser melhorada a receita. Assim, encerramos a aula.

Sequência didática e relato do avançando na prática - Biografia por Joice Porto

Objetivo: Reconhecer as características e tipos de informações que constituem uma biografia;

Descrição:

1 - Ler diferentes biografias de Carlos Drummond de Andrade, de Miguel de Cervantes e outros autores que estão no livro didático.
2 - Refletir a partir do conhecimento prévio dos alunos, como pode ser chamado os tipos de textos lidos.
3 - Analisar as biografias para que os alunos identifiquem que tipos de informações constituem o texto biográfico e anotá-las no quadro.
4 - Propor que escrevam sua própria biografia, na terceira pessoa, como foi feita a de Carlos Drummond de Andrade e dos outros autores estudados.
5 - Sugerir que sentem em dupla a fim de analisarem seus textos para ver se os textos seguem as características da biografia.

Materiais necessários: diferentes biografias de Carlos Drummond de Andrade, De Miguel de Cervantes (folha xerocada); quadro; giz;


CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Mineiro de Itabira (onde nasceu em outubro de 1902), quando garoto gostava de ver os grandes vasos cheios de água verde, vermelha, dourada, que decoravam as farmácias naquele tempo. Talvez por isso, tirou o diploma de farmacêutico, depois de um curso de três anos, mas nunca voltou `escola para procurá-lo. Sua vocação não era essa. Era ser escritor. Como, porém, viver de literatura? Então começou a trabalhar como jornalista e funcionário público, a princípio em Belo Horizonte, e finalmente no Rio de Janeiro. Nos intervalos, escrevia poemas e histórias. Hoje são 23 os seus livros publicados, sendo 13 de poesia, 9 de crônicas e 1 de contos. Há traduções de suas obras editadas na Argentina, Chile, Peru, Cuba, Estados Unidos,. Portugal, Espanha, França, Alemanha, Tchecoslováquia e Suécia.
Filho e neto de fazendeiros, não gostava da vida na roça, e sentia não ter sabido aproveitar a oportunidade de convívio com a natureza, entre o cafezal e o gado de seu pai, mas se considerava um “fazendeiro do ar”, título que deu a um de seus livros de poesia.
Ele não era visto em reuniões sociais, nem era lá de grandes conversas, a não ser com os amigos mais chegados. Reservava sua ternura pra as crianças e os bichos de toda espécie, e procurava estar atento à renovação do mundo na linguagem, nos costumes e nas esperanças do ser humano. Faleceu no Rio de Janeiro em 1987. (TP 3- Gestar II)

Carlos Drummond de Andrade (Itabira do Mato Dentro [Itabira] MG, 1902 - Rio de Janeiro RJ, 1987) formou-se em Farmácia, em 1925; no mesmo ano, fundava, com Emílio Moura e outros escritores mineiros, o periódico modernista A Revista. Em 1934 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde assumiu o cargo de chefe de gabinete de Gustavo Capanema, Ministro da Educação e Saúde, que ocuparia até 1945. Durante esse período, colaborou, como jornalista literário, para vários periódicos, principalmente o Correio da Manhã. Nos anos de 1950, passaria a dedicar-se cada vez mais integralmente à produção literária, publicando poesia, contos, crônicas, literatura infantil e traduções. Entre suas principais obras poéticas estão os livros Alguma Poesia (1930), Sentimento do Mundo (1940), A Rosa do Povo (1945), Claro Enigma (1951), Poemas (1959), Lição de Coisas (1962), Boitempo (1968), Corpo (1984), além dos póstumos Poesia Errante (1988), Poesia e Prosa (1992) e Farewell (1996). Drummond produziu uma das obras mais significativas da poesia brasileira do século XX. Forte criador de imagens, sua obra tematiza a vida e os acontecimentos do mundo a partir dos problemas pessoais, em versos que ora focalizam o indivíduo, a terra natal, a família e os amigos, ora os embates sociais, o questionamento da existência, e a própria poesia. (www.astormentas.com.br)

Carlos Drummond de Andrade - Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo. Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil. Durante a maior parte da vida foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguido até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade. [1]Além de poesia, produziu livros infantis, contos e crônicas. (www.wikipedia.org/wiki/carlos_Drummond_de_Andrade)

Miguel de Cervantes - Romancista, dramaturgo e poeta espanhol, foi o criador de Dom Quixote, a figura mais famosa da literatura espanhola. Revolucionou a literatura ao utilizar recursos como a ironia e o humor. Embora a reputação de Cervantes se apoie quase que totalmente nas aventuras do cavaleiro das ilusões, Dom Quixote e seu fiel escudeiro, sua produção literária foi considerável. Miguel de Cervantes nasceu em Alcalá de Henares, uma cidade perto de Madri, em uma família da baixa nobreza. Seu pai era médico e passou a maior parte de sua infância se mudando de uma cidade à outra, enquanto seu pai procurava por emprego. Após estudar em Madri (1568-1569), foi para Roma a serviço de Guilio Acquavita. Em 1570 se tornou soldado, participando na batalha de Lepanto (1571), durante a batalha foi ferido na mão, o que o deixou aleijado da mão esquerda. Cervantes teve muito orgulho da sua participação na famosa vitória e do apelido que ganhou, el manco de Lepanto. Em 1575, partiu com seu irmão Rodrigo, na embarcação El Sol, para a Espanha. O navio foi capturado pelos turcos e os irmãos levados para Algers como escravos. Cervantes passou 5 anos como escravo, até que sua família conseguiu juntar dinheiro suficiente para pagar seu dono. Cervantes foi então liberado em 1580. Em 1584 se casou com a jovem Catalina de Salazar y Palacios. Durante os próximos 20 anos levou uma vida nômade, trabalhando também como coletor de impostos. Foi a falência e preso pelo menos duas vezes (1597 e 1602) por irregularidades fiscais. Entre os anos de 1596 e 1600 viveu primeiramente em Sevilha. Em 1606 se estabeleceu em Madri, onde permaneceu até o resto de sua vida. Além do romance Dom Quixote, escrito em duas partes (1605-1615), escreveu Calatea (1585), Novelas exemplares (1613), Viagem ao Parnaso (1614) e Os trabalhos de Persiles e Segismunda (1617). Morreu em 23 de abril de 1616. (http://www.ufrgs.br/proin/versao_1/autores2/index16.htm)

Escola: Escola Básica Municipal Nossa Senhora de Fátima
Turma: 6ª série (regular)
Nº de alunos: 21
Professora: Joice Porto
Duração: 3 aulas de 45 minutos
Período: matutino


Relato


Como estávamos analisando um trecho da obra “Don Quixote” de Miguel Cervantes e também já havíamos analisado o texto “A doida” de Carlos Drummond de Andrade, levei para a sala diferentes biografias dos autores.
Primeiro, foi feita pelos alunos, em voz alta, a leitura de três diferentes biografias de Carlos Drummond de Andrade, duas biografias de Cervantes e outros textos biográficos que estavam no livro didático.
Depois da leitura, comecei a fazer um levantamento do conhecimento prévio que os alunos tinham em relação aos textos, fazendo as seguintes perguntas: Como se constituem os textos? Quais as semelhanças e diferenças? Quais as informações que trazem? Qual a finalidade?
Após refletirmos um pouco, escrevi no quadro uma receita e um bilhete. Perguntei qual era a diferença entre estes gêneros e a biografia? E como podíamos chamar cada um deles?
Os alunos tiveram dificuldades para denominar o gênero biografia, já os outros gêneros foram rapidamente reconhecidos.
Após algumas hipóteses, uma aluna disse que se tratava de uma bibliografia. Expliquei o que significava bibliografia, pegando, como exemplo, a última página do livro didático.
Só então, outro aluno disse que os textos lidos podiam ser classificados como biografias.
Identificadas as informações que constituem um texto biográfico, analisamos o tempo e a pessoa verbal que apareciam nos textos.
Feito isto, como avaliação final, pedi que os alunos fizessem sua própria biografia, ou seja, uma autobiografia, que devia ser entregue na aula seguinte.
Como só temos aulas duas vezes por semana, a dificuldade encontrada foi dar continuidade à análise e reescritura das biografias. Isto é, na aula seguinte (quinta-feira), os alunos fizeram um passeio de trem na Beira-mar de São José (município vizinho) e na outra aula (segunda-feira) foi o dia da avaliação de recuperação bimestral.
Só dez dias depois, é podemos retomar a aula. Nesta aula os alunos sentaram em dupla, trocaram as biografias entre si, analisaram e apontaram o que tinha que ser melhorado (isso foi feito sob a minha orientação).
Durante toda a atividade pude observar uma participação efetiva dos alunos, principalmente, na oralidade e na produção de texto.

Reflexões acerca do GESTAR II por Joice Porto

Que o ensino da língua não vai bem já é, cada vez mais, uma certeza que vem sendo discutida tanto pela crítica quanto pela sociedade em geral. Embora não se possa generalizá-la, o fato é que a escola ao abordar o ensino da língua, ainda persiste em trabalhar com práticas inadequadas, irrelevantes e descontextualizadas, ou seja, a escola não estimula a formação de alunos capazes de ler, compreender, analisar, pesquisar, refletir e produzir, por escrito ou oralmente, diferentes gêneros e tipos de textos para atender as diferentes finalidades e intenções, como é proposto nos planos curriculares (PCN).
Deste modo, a tarefa do professor na maioria das vezes se concentra em aulas de gramática, de leituras de textos fragmentados sem objetivos e de produções de “redações”, que se reduz simplesmente ao ato de escrever, isto é, a produção escrita é vista como uma “receita[1]”, onde o aluno tem que escrever sobre um tema determinado pelo professor (seu único leitor) com a finalidade apenas de “ganhar nota”, num processo difícil e árduo. Isto acaba desmotivando o aluno e tornando as aulas de português cada vez mais chatas e intolerantes.
Com essa constatação de que a educação não vai bem e precisa de mudanças emergenciais e significativas, muitas são as propostas que buscam melhorar, fortalecer e fazer da aula de português um encontro, “no qual se possa descobrir os mistérios e fascínio da grande e histórica interação possibilitada pela linguagem humana”(ANTUNES, 2003) .
Para haver uma mudança não vejo outra saída senão vontade, determinação e empenho do professor de querer mudar, isto é, a mudança tem que acontecer no íntimo do professor, que ainda tem uma enorme dificuldade em reconhecer que ele é o principal agente transformador no processo educacional.
Segundo Antunes (2003, p. 14), o perfil ideal do professor tem que ser “o de contribuir significativamente para que os alunos ampliem sua competência no uso oral e escrito da língua portuguesa”. Isto supõe, não só do professor, mas das políticas públicas:
“ (...) uma ação ampla, fundamentada, planejada, sistemática e participada (...), para que se possa chegar a uma escola que cumpra, de fato, seu papel social de capacitação das pessoas para o exercício cada vez mais pleno e consciente de sua cidadania.” (ANTUNES, 2003, p. 33)

Nesta concepção, a formação continuada de professores dos anos/séries finais do ensino fundamental, do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar (Gestar II), nos traz o desafio de estimular o desenvolvimento pessoal, social e político do aluno, através de um estudo gradativo e contextualizado da língua, privilegiando também reflexões acerca de diferentes gêneros textuais que os alunos tem acesso no seu dia-a-dia e gêneros que não fazem parte do seu cotidiano, como por exemplo, textos literários de Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, etc.
Contudo, o Gestar II não se destina a apresentar cadernos com “receitas” que devem ser empregadas em sala de aula com os alunos, e muito menos, com novas tarefas a serem realizadas de forma mecânica. Ao contrário, o programa tem o objetivo de apresentar uma série de princípios teóricos e práticos, capazes de nos ajudar na ampla e complexa atividade do ensino da língua, que deve ser complementada com estudo, crítica, reflexão, planejamento, adaptações e pesquisa do material. Uma vez que também, na minha opinião, apresenta problemas: textos fragmentados e pouco explorados.
O que me deixa mais contente é perceber que a mudança já começou, pois já está se concretizando (timidamente, é claro) a intenção dos professores de querer adotar uma nova postura pedagógica realmente capaz de oferecer resultados mais positivos e gratificantes. Ler, discutir, refletir, pesquisar, para identificar os problemas e encontrar saídas, como o Programa Gestar II propõe, já é uma “ação”, já é um enorme passo para o processo de mudança.
E nesta primeira fase de estudos e reflexões, podemos observar que a mudança sugerida no Gestar e ao longo de nossos encontros está dando muito certo. As atividades de produção escrita, leitura, interpretação e oralidade estão deixando de ser atividades dolorosas ou de torturas para se tornarem prazerosas e proveitosas.
A seguir, apresento uma série de relatos e sequências didáticas feitas a partir de estudos, análise, adaptações e reflexões, ao longo de nossos encontros semanais, e alguns exemplares de atividades desenvolvidas pelos alunos.
[1] Receita porque o processo de aquisição da escrita ignora a interferência decisiva do sujeito aprendiz na construção e na testagem de suas idéias.

Atividade realizada com a 5ª série do Ensino Fundamental - AAA4 por Joice Paz

Tema: Interpretação textual

Objetivo geral: Ampliar conhecimentos

Objetivos Específicos:

Localizar e contextualizar o texto;
Observar identidades regionais;
Desenvolver a escrita;

Desenvolvimento:

Primeiro momento: Após entregar uma cópia do poema “Cidadezinha Qualquer” para cada aluno, apresentar o autor e a época em que o poema foi escrito.

Segundo momento: Propor uma discussão sobre as características da cidade e do tempo em questão.

Terceiro momento: Formular algumas perguntas de interpretação textual que possam motivar o aluno a explicitar idéias sobre sua própria cidade.

Quarto momento: Produzir um poema sobre a sua própria cidade.

Procedimentos Metodológicos: Cópias xerocadas, aulas expositivo-dialogadas, atividade prática individual e síntese global ao final.

Atividade realizada com a 7ª série e a 8ª série do Ensino Fundamental - TP3 por Joice Paz

Após trabalhar com o conto “Essas Meninas”, de Carlos D. de Andrade, propus à turma que conhecêssemos um pouco mais da vida pessoal desse autor. Nesse momento, dividi a turma em grupos e solicitei que cada grupo fizesse sua pesquisa e preparasse uma apresentação para a turma.
Na aula seguinte, cada um dos grupos se reuniu, elaborou uma apresentação e dividiu as tarefas entre cada componente. Aproveitei o momento para ressaltar a importância de ler com atenção o material e procurar particularidades da biografia que mais chamasse a atenção de cada um.
No dia em que ocorreram as apresentações, alguns dos alunos leram poemas, outros ressaltaram fatos da infância do autor, mas a maioria dos grupos se impressionou com o fato de a filha do autor ter falecido em dia próximo ao da morte do pai. Nesse aspecto, em particular, pode-se perceber o interesse que fatos trágicos despertam nos jovens. Após todos terem apresentado suas pesquisas, definimos o conceito de biografia e de autobiografia. Nesse momento, alguns alunos perceberam qual seria a nossa próxima atividade.
Para minha surpresa, no encontro seguinte, muitos alunos trouxeram suas biografias prontas, mas, a grande maioria escreveu-as em primeira pessoa. Passei então a esclarecer que a atividade seria realizada em terceira pessoa. Muitos apresentaram dúvidas, as quais foram sanadas na coletividade. A seguir, todos passaram à produção textual.
O trabalho de produção e correção textual durou, aproximadamente, duas semanas. Escolhi alguns alunos para dar apoio aos colegas que tinham dificuldade em expressar suas idéias, o que facilitou o andamento das aulas. Durante esses dias, pude identificar algumas dificuldades que não havia notado antes. Esse tempo de trabalho mais individualizado foi muito enriquecedor.
Então, surgiu a ideia de realizar uma exposição das biografias, juntamente com a foto de cada um. Para isso ocorrer, todos levaram seus textos para casa e solicitaram a autorização dos pais. Nem todos os pais concordaram, o que foi bom, no sentido de não haver espaço físico e recursos para expor o trabalho de todos. No dia 08/07/09, foi montado um painel para expor os trabalhos. O resultado foi muito positivo, pois turmas que não haviam realizado essa atividade, mostraram interesse em realizá-la. O painel despertou a curiosidade de todos, professores, funcionários, alunos do ensino regular e até mesmo da EJA.

Primeiro contato por Joice Paz

No início deste ano, recebi um convite da direção da escola onde leciono para participar de um curso de Capacitação de Professores, chamado GESTAR II. Sem muito esclarecimento sobre o objetivo do curso, fui ao primeiro encontro, o qual ocorreu no Colégio CAIC, no dia 03/04/09. Tenho que confessar que, após entender do que se tratava, fiquei muito decepcionada. Nosso orientador, Jair, com toda a disposição e boa vontade explicou-nos minunciosamente o que era e qual era a finalidade do GESTAR II. Minha decepção ocorreu pois tudo o que ouvi naquele momento contrariava minha prática pedagógica.
Iniciei a dar aulas de Língua Portuguesa sem ter graduação na área. Assim, procurei na Coordenação Pedagógica de minha escola, uma orientação sobre os conteúdos que deveriam ser ministrados. Foi-me imediatamente repassada uma lista de conteúdos obrigatórios, divididos por série. Então, meu planejamento foi bem simples e rápido de ser feito: 5ª série: fonemas, regras de acentuação etc; 6ª série: substantivos, adjetivos etc; 7ª série: sujeito, predicado etc e, enfim, 8ª série: orações coordenadas, subordinadas etc. Passei um ano inteiro (2008) praticando gramática com meus alunos. Apesar de receber todo o apoio da coordenação pedagógica, bem como dos pais e da maioria dos alunos, os resultados foram extremamente negativos. Pude perceber que havia algo errado, pois não via melhora na escrita e na produção textual de meus alunos, mas não sabia identificar o que era. E, em virtude da cobrança gramatical, a disciplina de Língua Portuguesa foi a que mais reprovou ao final do ano. Nesse sentido, o contato com o GESTAR II foi, inicialmente, decepcionante. Isso porque, além de perceber que a minha prática pedagógica estava ultrapassada, previ o trabalho que iria ter que dispensar para fazer tudo diferente. Questionei muito, pois entendia que esse novo (pelo menos pra mim) modelo pedagógico, apresentado pelo GESTAR, mais contextualizado e crítico, iria contribuir para que perdesse o domínio da sala. E esse foi o engano. Após muita relutância, passei a praticar em sala, as atividades propostas pelo GESTAR, como que “para testar no que ia dar”. Para mim, uma nova experiência. Então, pude, gradualmente, observar os resultados positivos dessa nova metodologia de ensino, os quais estão apresentados a seguir.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: gêneros textuais por Gilberto da Silva

Conduzida por Gilberto da Silva –amelit676@yahoo.com.br - Copyright livre.

Objetivos

Apresentar aos alunos textos publicitários públicos e privados, instigando-os a perceber as diferenças de função, produção, alcance, função e todo o universo presente na manipulação das informações direcionadas ao leitor/consumidor.

Pressuposições:

Os alunos vão gostar da abordagem do tema que será feito através da apresentação de diversos recortes de anúncios publicitários presentes em seu dia-a-dia. Os alunos produzirão seus anúncios de forma criativa e agradável.

Resultados obtidos

Os alunos perceberam que na publicidade oficial, não há uma abordagem muito agressiva, enquanto que na publicidade privada o anunciante é muito mais agressivo na busca pelo consumidor. Os alunos também levantaram o problema da “enganação”, ou omissão de algumas informações presentes na publicidade privada.

Desdobramentos possíveis

Com o resultado dos anúncios publicitários pode-se abrir a discussão sobre o ponto-de-vista; como o aluno se colocaria na posição do parente “vendido” ou foco dos acontecimentos mais recentes como a venda de seres humanos nas regiões mais pobres do país.
O aluno vai ser levado a refletir como o seu parente mais velho vê o mundo de hoje e como esse parente se sente inserido na família (se participa economicamente ou não, se ocupa um espaço físico na casa, etc.)
No caso especifico da venda de seres humanos nas regiões mais desassistidas do país, levar o aluno a refletir sobre os motivos que fazem com que isso aconteça num país potencialmente rico, mais uma vez, colocando-se no lugar do outro para criar uma opinião critica baseada em algo mais racional e menos emocional.

Recursos: recorte de anúncios publicitários de produtos diferentes, propaganda oficial, quadro negro e giz.


Procedimentos

Pedi aos alunos que trouxessem recortes de anúncios publicitários à sala de aula.
Levei à mesma aula alguns recortes de propaganda governamental, e fizemos uma análise comparativa dos mesmos.
Pedi aos alunos que produzissem uma “propaganda governamental”.
A apresentação dos trabalhos foi feita (seguem amostras)
Na etapa seguinte pedi aos alunos que produzissem um anúncio publicitário, no qual estaria sendo oferecido um “parente indesejado”.
Tomamos o cuidado para não aparecer no anuncio os nomes ou rostos dos “entes queridos”, por questões direito de imagem, problemas judiciais, etc.
Os alunos trouxeram suas produções que foram coladas no corredor para apreciação pelos colegas. (seguem modelos).

Uma luz no início no túnel por Gilberto da Silva

Um homem tem a mesma essência do berço ao túmulo, o que muda é como ele aproveita o tempo que Deus lhe deu. Alguns agregam valores a essa essência tornando-se mais ou menos úteis uns aos outros. Infelizmente a modernidade tem trazido ao homem valores que o distanciam desse Deus e o coloca mais próximo de um padrão exigido pelo capitalismo; um homem muito mais preocupado com o Ter do que com o Ser.
A educação como uma das constituidoras da bagagem que levará o ser humano a uma evolução social, moral e racial também tem sofrido com a desagregação de valores provocada por um sistema governamental que tem privilegiado a alienação dos cidadãos. Com raras exceções estão sendo formados por nossas escolas seres prontos para serem consumistas, com muito pouco de uma consciência crítica necessária à evolução de uma sociedade mais igualitária. Estão sendo formados cidadãos alheios à realidade do país e seu elevado grau de desigualdade, mesmo que essa desigualdade atinja diretamente esses mesmos cidadãos.
Os currículos escolares quando não são utópicos não tem significação prática, não envolvem o aluno na aprendizagem, pelo contrário criam uma parede entre ele o professor prejudicando assim o processo ensino/aprendizagem. O professor ensina o que não tem utilidade prática na vida do aluno levando o aluno a um desinteresse total pelo que lhe está sendo ensinado.
Contrario a essa corrente o GESTAR vem proporcionar a nós professores a possibilidade de lutar contra a pasteurização das aulas, (mesmo com todas as interferências) criando uma oportunidade a nós e ao aluno de visualizar um futuro menos nefasto. O GESTAR dá ao aluno a possibilidade de se retratar e tratar a língua portuguesa como algo significativo num universo quase sem autenticidade; a sala de aula.
O GESTAR permite ainda que aluno e professor trabalhem juntos diminuindo a distância causada pelo apego exagerado à gramática, permitindo assim que ela possa ser ensinada de uma forma mais implícita e definitiva uma vez que o aluno chega até a gramática e não parte dela. Por fim, o GESTAR possibilita aos professores de língua portuguesa a possibilidade de refletir sobre suas práticas pedagógicas num contexto onde a troca de experiências e a observação de seu próprio trabalho e do trabalho dos colegas permitam um crescimento concreto no padrão de ensino e nos resultados obtidos. Pode-se dizer que o GESTAR veio como uma luz no início do túnel evitando assim que cheguemos ao fim do túnel totalmente no escuro e sem maquinista.

Relato sobre o gênero textual - Receita por Cristiane Rodrigues

Através do programa Gestar estão sendo aplicados algumas atividades com os alunos do ensino fundamental nas escolas Municipais de Palhoça. Foi feito, com os alunos da 6°serie da EJA, um trabalho sobre receitas. Este trabalho foi realizado em grupo, pois a turma é pequena e eles se sentiram a vontade desta forma. Foi primeiramente introduzido um diálogo com todos sobre suas comidas preferidas. Após, foram feitos alguns questionamentos sobre receitas elaboradas e outras mais simples. O surpreendente é que nos pratos mais elaborados eles só seguem os passos na primeira vez, depois fazem o preparo somente pela lembrança. Foi solicitado que eles levassem algumas receitas para a aula, o que não aconteceu, então, elaboramos uma receita em conjunto no quadro e o prato escolhido foi uma sopa. Após foi introduzido o assunto amizade. Então, foi solicitado que elaborassem uma receita sobre amizade.

Relato do Avançando na Prática TP3 - Biografia por Cristiane Rodrigues

O objetivo deste trabalho foi despertar nos alunos da EJA da 6º série da escola Nossa senhora de Fátima o interesse pela produção textual juntamente com a inserção de algo novo como a biografia de alguém, coisa que desconheciam na sua maioria. Foi possível perceber que quando falamos em redação, os alunos se assustam e automaticamente se “travam”. Para tanto, foram utilizados as cópias de um texto de Carlos Drummond de Andrade e outro de Vinícius de Moraes como referências.
O resultado deste trabalho teve um lado positivo e outro negativo. Como ponto favorável, os alunos puderam relatar sobre suas vidas, anseios e decepções. Alguns relatos indicaram o porquê de seus comportamentos e atitudes. Um ponto decepcionante e não surpreendente foi a constatação de que mesmo com textos como referência o aluno não sabe escrever. Além da falta de coerência, os erros ortográficos foram muito gritantes. Nos textos abaixo, temos alguns exemplos.

Algumas Considerações sobre o GESTAR II por Cristiane Rodrigues

O Gestar é um Programa de Formação Continuada que propõe uma nova possibilidade para o ensino básico, tanto na rede Municipal quanto Estadual. Ele instiga uma nova discussão pedagógica no que se refere às práticas educacionais e indica possíveis “soluções” práticas, já que as que temos, atualmente, não traz resultados satisfatórios.
Tendo em vista que a linguagem envolve os mais variados gêneros lingüísticos, este curso vem possibilitando o desenvolvimento de uma nova perspectiva pedagógica, embora lenta, mas providencial.
Através da riqueza do material didático utilizado foi possível analisar, sugerir e adaptar conforme a necessidade do aluno. Isto fez com que aulas saíssem das práticas habituais e despertassem o interesse, a motivação e uma maior interação entre professor e aluno.

Da palavra ao texto por Anderson Goularte

A atividade com o texto escrito é algo que ainda causa certo “estranhamento” aos alunos. A ideia de reformular a “fala” no processo da escritura e adequá-la a uma nova situação de uso demanda um habitual exercício de leitura. Cabe a nós, professores de língua portuguesa, disponibilizar a esses alunos, textos que ocupem um lugar em suas vidas, produzam sentido e despertem o interesse contínuo pela leitura, trabalhando-a como fonte de liberdade e prazer.
Durante esta semana, explorei com os alunos o comportamento das palavras em diferentes gêneros. Primeiramente, apresentei a eles, o texto “Circuito fechado” de Ricardo Ramos, incentivando o debate acerca da organização textual. O autor trabalha as palavras em forma de um circuito e deixa clara a sua intenção. A ideia foi a de que percebessem a ligação feita entre o título e o corpo do texto. Palavras soltas, que se repetem por diversos momentos podem produzir sentido desde que o objetivo do texto seja este. Debatemos acerca da significação de “Circuito fechado” e concluímos que, a correria do dia-a-dia faz com que cada pessoa constitua um circuito em sua vida e que este é fechado, pois a rotina é algo individual.
Assim, sugeri que entrevistassem um colega de turma, buscando conhecer como se constitui o dia-a-dia deste. No primeiro momento, conversaram e anotaram somente as palavras-chave, tal como observaram no texto de Ricardo Ramos. Diante de toda a discussão, reafirmei a importância e a atenção necessárias para construção de um texto; as palavras-chave deviam ser lançadas para uma estória, mas agora com o propósito de constituir uma narrativa, o que gera um distanciamento da brincadeira proposta por Ricardo Ramos em “Circuito Fechado”. Os alunos se mostraram animados e aceitaram a proposta. Na próxima semana, faremos a socialização dos textos.

Explorando o gênero biográfico por Anderson Goularte

Alguns textos biográficos particularizam descrições psicológicas da vida de uma pessoa. Outros procuram explorar a exterioridade com maior intensidade. Partindo da ideia de que um gênero textual pode apresentar diferentes formatações, pedi para que meus alunos, da 8ª série da EJA, pesquisassem a biografia de alguém que gostassem.
Na aula seguinte, selecionamos um dos textos para discussão. Pedi, então, para que um deles fizesse a leitura em voz alta do texto escolhido, a biografia de Ayrton Senna. Identificamos todas as características provenientes no texto.
Num segundo momento, distribuí a biografia do poeta “Carlos Drummond de Andrade”. Antes de iniciarem a leitura em voz baixa, perguntei o que conheciam sobre o escritor. Apesar de poucos se manifestarem, a turma demonstrou interesse em conhecer sobre a trajetória de Drummond.
Feita a leitura, propus uma análise comparativa entre as duas biografias lidas em aula. Oralmente, debatemos acerca de aproximações e distanciamentos entre os textos. Os alunos perceberam que, o histórico de vida e a profissão, por exemplo, influem para descrição detalhada de algumas informações e ofuscamento de outras.
Como atividade de avaliação, apresentei duas propostas. Os alunos poderiam optar por escreverem a sua própria biografia em terceira pessoa, ou entrevistar um dos colegas de classe para compor o texto. O objetivo principal foi conscientizá-los da importância de conhecer o objeto antes de escrever sobre ele. A socialização aconteceu no encontro seguinte e obteve excelentes resultados. Cada texto revelou características do estilo de seu autor.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O GESTAR II por Anderson Goulart

É a dinâmica irrefreável da aula, em seu dialogismo e seu movimento, que torna a docência plena de vida e riqueza. Por mais bem elaborado que seja o plano de aula, por mais justo que esteja o conteúdo e seu encaixe no tempo, por mais adequados que sejam os recursos – sempre a aula acontecerá de maneira singular, em grande parte imprevisível, certas vezes abrindo caminho para falas e ideias impossíveis de serem pensadas anteriormente.
A interação e o dialogismo, ainda que estimulados e mediados pelos professores, muitas vezes encontram-se distantes do que seria um desenrolar “natural” do processo de ensino-aprendizagem, ou seja, “natural”, em um colégio público onde prevalece a estrutura tradicional de ensino, é que o verdadeiro diálogo entre professor e alunos (diálogo voltado para a construção conjunta do conhecimento) não ocorra com facilidade. “Natural”, dessa forma, é que os alunos estejam mais predispostos à participação passiva, de acordo com os métodos de ensino mais centrados na figura incisiva do professor e nas avaliações impostas.
Ao iniciar o planejamento de minhas aulas, tento priorizar a leitura e a interpretação como elementos-chave à apresentação dos conteúdos da língua portuguesa. A intenção é a de propiciar aos alunos formas diversas de interação, desde a relação com o professor até o contato com a disciplina.
Aulas receptivas e dialogadas consistem, assim, meu objetivo. Sempre pensei em transmitir a mensagem do modo mais acessível à compreensão dos alunos, a fim de que eles fiquem à vontade para compartilhar suas impressões e questionamentos. Por meio de uma linguagem informal e próxima à realidade de muitos, busco conhecer um pouco das perspectivas que possuem no que diz respeito ao ensino da língua e dos conteúdos da disciplina.
Além disso, minha proposta objetiva tratar o funcionamento da gramática aplicada ao texto, de modo que diferentes “tipos”, ou “gêneros textuais” (não abordei, em sala, as distinções teórico-acadêmicas entre “tipo” e “gênero” textual), podem ser trazidos à turma, a fim de despertar a curiosidade dos alunos e envolvê-los em leituras acessíveis no cotidiano.
O curso GESTAR II contribui muito para que meu trabalho aconteça de forma ainda mais positiva, visto que a proposta apresentada pelo projeto dialoga o tempo todo com a formação que tive na Universidade: a centralidade dos conteúdos sempre voltada para o texto. Assim, tenho trabalhado com jornais, narrativas, propagandas, poemas e músicas. Medeio as discussões e busco despertar nos alunos algum interesse que vá além da obrigatoriedade de desempenho nas avaliações escolares. Para isso, tento instigá-los pelo possível prazer da leitura e conscientizá-los da importância de conhecer os processos e o funcionamento da língua, já que precisamos utilizá-la constantemente, seja em casa, com os amigos ou em situações mais convencionais, como no texto escrito.
Devo frisar que os tópicos gramaticais e de coesão e coerência textuais são trabalhados com base nas leituras discutidas e nas atividades de produção dos alunos. Tal método segue o intuito de não isolar a normatividade da língua de suas manifestações na linguagem – ora escrita, ora falada –, a fim de que os alunos possam criar consciência das exigências de adequação do português a diferentes contextos socioculturais.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA - TEXTO NARRATIVO por Alexandra Espindola


Objetivo geral: conhecer e produzir novas maneiras de narrar.

Objetivos específicos:
ler textos narrativos não convencionais;
observar a estrutura narrativa e frasal desses textos;
produzir textos escritos narrativos sem fazer uso de verbos;
socializar os textos produzidos.

Como a 6ª série já estudou os elementos da narrativa, apresentei aos alunos este texto narrativo composto somente por substantivos (texto sugerido pelo caderno do Gestar II):

Circuito Fechado, por Ricardo Ramos
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

Depois da leitura, individual e coletiva, os alunos responderam no caderno as seguintes questões:

1) Qual é o enredo do texto?
2) Quem é o personagem?
3) Qual é o sexo do personagem? Quais os elementos do texto que nos ajudam nessa identificação?
4) É possível sabermos a profissão do personagem? De que maneira?
5) Qual o local e o tempo sugerido nesse texto?
6) Como compreendemos o enredo do texto sem que ele apresente palavras de estado e ação?
7) Qual é a importância da pontuação na compreensão do enredo?
8) Quais são as palavras que se repetem no texto? Por que há essa repetição e o que ela significa?
9) Como é o dia-a-dia do personagem?
10) Qual é a diferença desse texto com outros que estamos acostumados a ler? Por quê?

Após essas questões, os alunos receberam outros textos narrativos parecidos, em alguns aspectos, com o de Ricardo Ramos. Foi pedido que eles atentassem para o enredo, os personagens, a pontuação e a construção das frases. A maioria dos alunos participou dessa atividade oral, expondo suas observações.

Vidinha Redonda, por Kátia da Costa Aguiar

Esperma, óvulo, embrião, parto. Bebê, choro, sobressalto, cocô, xixi, fralda, leite, colo, sono. Doença, vômito, pavor, pediatra, remédio, preço. Murmúrio, passos, fala. Escola, lancheira, material, professora. Curiosidade, descoberta. Crescimento, desenvolvimento, pêlos pubianos, seios, curvas, menstruação, modess, cólica, atroveran, adolescência. Primeiro beijo, paixão, shopping center. Batom, esmalte, rinsagem, depilação. namorado, pressão, intimidade, culpa. Festa, pai, ciúme, relógio, motel, desculpa, dissimulação. Faculdade, trabalho, consciência, cansaço, sossego, idade. Noivado, loja, fogão, geladeira, cama, mesa, banho, aliança, chá-de-panela. Cartório, igreja, núpcias. Sexo, trabalho, sexo, trabalho, sexo, esperma, óvulo, licença, parto.

Dona-de-casa, por Carine Vargas

Sol.Bom dia, dentes, filhos, uniforme,merenda, café, carro, escola, carro, supermercado,carne, pão, banana, refrigerante, alface, cebola,tomate. Carro,casa, cama, lençol, travesseiro, colcha, roupa, lavanderia, máquina, sabão, sala,almofada, pano, pó, cortina, tapete, feiticeira. Banheiro, descarga, balde, água,desinfetante, toalha molhada, lavanderia, arame, prendedor. Cozinha, pia,tábua, faca, panela, fogão, bife, arroz, molho, feijão, salada, mesa, toalha,pratos, talheres, copos, guardanapos, carro, escola, filhos, carro, almoço, mesa,pia, louça, armário, fogão, piso. Televisão, jornal, filhos, tema, lanche, leite,nescau, pão, margarina, banana, louça, pia, armário. Carro, filhos, natação,futebol, mensalidade, espera, revista, filhos, carro, casa. Vizinha, conversarápida, lavanderia, arame, roupas, agulha, linha, camisa, calça, ferro de passar.Janta, marido, filhos, sala, televisão, família reunida, dinheiro, discussão,cozinha, mesa, louça, pia, armário. Filhos, sono, escova, creme dental, cama,beijo, durmam com os anjos. Portas chaveadas, janelas fechadas,banho, sabonete, água, toalha, creme no corpo, camisola,renda, escova, cabelo, perfume, dentes limpos,cama, marido, sexo, sono, boa noite,Lua.
Trânsito, por Luzia Fialho, Leandro Rangel e Paola Teodoro
Porta, banco, cintochave, afogador. Ufa! Acelera, engata, foi!2ª, 3º, 4ª,sinaleira,freio.Laranja,jornal,esmola,acelera, engata, foi!Salvador França,Ipiranga.Acelera, engata, foi!Ôpa! ficouCongestionamentoLiga rádio -Voz do Brasil...Desliga.Calor,cigarro,estacionamento lotado!Fila.Espera.Vaga.8 horas...Atrasado.


Observação: é interessante anotar que os alunos pediram para ler todos os textos em voz alta. Isso significa que gostaram dos textos, fator importante para estimulá-los a também produzirem textos.

Na aula seguinte, como foi num outro dia, retomamos as atividades do caderno e a leitura dos textos. Pedi que produzissem um texto (anexos 3a, 3b) daquela forma de narrar, ou seja, sem verbos. Deixei livre a possibilidade de escreverem textos narrando sobre eles mesmos ou sobre qualquer outra pessoa, como alguma celebridade. Até criei uma narrativa sobre o dia-a-dia de um famoso jogador de futebol e de uma atriz, mas os alunos preferiram fazer sobre suas próprias rotinas.
Resultados: para que a atividade de produção textual ficasse mais dinâmica, os alunos foram me perguntando como era a grafia correta das palavras que tinham dúvidas, e eu as colocava no quadro. Produziram textos muito bons, com coerência, coesão interna, pontuação adequada, expondo como é o cotidiano deles e, além disso, dedicação, interesse, envolvimento com as atividades.
Por últimos, conversamos sobre outras possibilidades de narrar. O mais positivo dessa produção foi que os alunos quiseram ler seus textos para a turma.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA - TEXTO DESCRITIVO por Alexandra Espíndola


Objetivo geral: iniciar o estudo da descrição.

Objetivos específicos:
estimular a sensibilidade poética;
reconstruir as imagens que compõem um texto;
produzir textos descritivos – orais e escritos;
mostrar que descrições são refabulações.

Disposição na sala: em círculo.
Material: papel e lápis de cor.

1º passo: o professor lançará estas perguntas para os estudantes, que responderão oralmente: Diga o que vier à cabeça ao ouvir estas palavras: amor, tranqüilidade, vida.

Essas palavras foram selecionadas por sugestão do que o poema “Cidadezinha qualquer”, de Carlos Drummond de Andrade, parece exprimir. Enquanto os alunos falam sobre essas palavras, o professor vai pedindo que eles deem exemplos e façam descrições.

Exemplo: se um aluno relacionar amor à sua mãe, estimulá-lo a pensar numa situação, um momento em que a mãe está demonstrando esse sentimento e pedir que ele dê detalhes do que está imaginando.

2º passo: entregar este poema de Carlos Drummond de Andrade aos alunos e pedir para que leiam, mas que não comentem o que sentiram do texto.

Cidadezinha qualquer

Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar

Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.

3º passo: solicitar que expressem, por meio de desenho, o que entenderam, o que sentiram e o que viram naquelas cenas.

Logo que começarem, terão de entregar seu esboço para seu amigo do lado direito, pegar o do amigo do lado esquerdo e continuar o desenho que recebeu, assim como aquele que pegou o seu deverá fazer.

O professor pode estipular alguns minutos para cada troca de folhas.

4º passo: quando cada qual estiver com o desenho que iniciou, deverá mostrar para a turma, dizer o que pretendia desenhar, descrever o resultado feito pelos amigos e apontar as diferenças das intenções.

5º passo: Agora, em sua folha, os alunos deverão descrever as cenas construídas no desenho. Eles poderão escolher pela produção em verso ou em prosa.

6º passo: ao término, cada aluno lerá seu texto para a turma. Após cada leitura, o professor abre para a discussão, estimulando os alunos a comparar seus textos com o poema de Drummond.

7º passo: para fazer uma análise crítico-comparativa entre textos do mesmo autor, o professor poderá levar outro poema de Drummond e, a partir deles, analisar as temáticas, o momento histórico e o contexto sócio-geográfico dos textos para iniciar um debate sobre a literatura e suas relações com a sociedade.

Sugestão:

Stop!

a vida parou

ou foi o automóvel?

Para levar a discussão mais adiante e trazer para os dias atuais, o professor pode levar a música de Lenine, intitulada Paciência.
Paciência

Mesmo quando tudo pedeUm pouco mais de calmaAté quando o corpo pedeUm pouco mais de almaA vida não pára...Enquanto o tempoAcelera e pede pressaEu me recuso faço horaVou na valsaA vida é tão rara...Enquanto todo mundoEspera a cura do malE a loucura fingeQue isso tudo é normalEu finjo ter paciência...


O mundo vai girandoCada vez mais velozA gente espera do mundoE o mundo espera de nósUm pouco mais de paciência...
Será que é tempoQue lhe falta pra perceber?Será que temos esse tempoPra perder?E quem quer saber?A vida é tão raraTão rara...Mesmo quando tudo pedeUm pouco mais de calmaAté quando o corpo pedeUm pouco mais de almaEu sei, a vida não páraA vida não pára não...


Será que é tempoQue lhe falta pra perceber?Será que temos esse tempoPra perder?E quem quer saber?A vida é tão raraTão rara...Mesmo quando tudo pedeUm pouco mais de calmaAté quando o corpo pedeUm pouco mais de almaEu sei, a vida é tão raraA vida não pára não...A vida não pára!...A vida é tão rara!...
Possibilidade 1: com essa música, o professor pode, além de levantar discussões sobre a condição do homem no mundo moderno, retomar a descrição e entrecruzar com outros tipos de texto, narrativo e dissertativo (texto de opinião), por exemplo, relacionando temáticas.

Debate: após esse estudo, um debate pode ser feito com a finalidade de comparar os textos lidos e produzidos, destacando as semelhanças e diferenças de descrição de uma forma de texto a outra, de um canal para um outro.

É interessante que os alunos, por fim, produzam um texto descritivo, podendo optar por verso ou prosa, literário ou jornalístico.
Com essa última produção, o professor terá material para analisar se os alunos assimilaram os gêneros e as possibilidades de fazer um texto descritivo.

Resultado: depois de aplicar todo esse procedimento, pedi para que os alunos escrevessem um texto descritivo sobre o bairro onde moram (anexos 1a, 1b, 1c, 1d). Percebi que eles se preocuparam mais em dar descrições das condições sociais e menos com a descrição físico-geográfica, o que julguei positivo, porque isso mostra que eles têm um olhar crítico do espaço onde moram.
Esse trabalho continuará com os seguintes passos:
cada aluno lerá seu texto para a turma. Como eles moram em bairros diferentes, o professor pode pedir que eles observem as diferenças e semelhanças entre os bairros;
montar um texto coletivo é importante antes do trabalho de reescritura individual, porque o professor pode chamar atenção para a construção dos períodos e alguns tópicos gramaticais;
reescritura individual.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O GESTAR II por Alexandra Espindola

Descrédito. Há muitos anos, vem-se perguntando o que aconteceu com a educação. Desvalorização do profissional, descaso e desrespeito com o professor, entre outros fatores, fizeram com que a escola passasse a se tornar apenas um lugar onde os alunos se mantêm ocupados e fora das ruas por um período. Todas essas questões vem sendo discutidas por sociólogos, psicólogos e pedagogos, mas o que pouco se ocupam é da formação do professor e quais são as reais condições de como ele está indo para a sala de aula. Curso de magistério, graduação, pós-graduação não estão preparando os estudantes para a prática da docência. Talvez seja esse o maior problema que estamos enfrentando, pois não estamos aptos a ensinar os conteúdos (isso porque pouco os sabemos) e como ensinar, ou seja, não sabemos qual metodologia é eficaz para alcançar nossos alunos. Livro didático, fragmentos, giz, lousa, falta de apoio; resultado: descrédito. Contudo, uma possibilidade está-nos sendo dada este ano pelo Gestar II, cujo objetivo é fazer com que seja retirado o prefixo da palavra descrédito para que voltemos a dar crédito ao nosso trabalho, pois é nesse curso que temos a chance de aprendermos os conteúdos específicos da nossa área e, o mais significativo, levar isso à escola, fazendo com que teoria e prática comunguem de um só intento: aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem. Além disso, a troca de experiências entre professores e instrutor nos abre possibilidades várias, o que não encontramos algures.
Nessa primeira parte do curso, já podemos perceber resultados significativos nas produções dos alunos, que nos apresentaram como resposta textos mais argumentativos, coerentes, claros e coesos. Obviamente não temos os cadernos do curso como bíblias a serem seguidas em todas as suas particularidades, pois seria ingenuidade pensarmos que um material daria conta de resolver nossos problemas. Como nos livros didáticos, estamos selecionando as atividades que possam contribuir com nossa prática e descartando aquelas que não consideramos relevantes. Essa também é a função do professor: saber analisar criticamente o que é importante para que os alunos possam desenvolver suas capacidades linguísticas.
É importante destacarmos que os materiais do Gestar II apresentam uma maneira inovadora de trabalhar os conteúdos, trazendo diversidade de gêneros textuais e atividades que exigem interpretação e não somente coleta de dados dos textos. Além disso, podemos observar que os estudos gramaticais são trabalhados como auxiliares nas produções, ou seja, a gramática não é objeto de estudo, mas ferramenta de apoio.
A seguir, apresentaremos algumas sequências didáticas, relatórios das aulas e atividades produzidas pelos alunos, resultado dos nossos encontros semanais e nossa prática em sala de aula. Temos a esperança de que esses estudos possam fazer com que o trabalho da escola volte a ganhar crédito.

RELATÓRIO DO 12° ENCONTRO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA – GESTAR II

Participaram do décimo segundo encontro 09 professores, mais a coordenadora pedagógica do Gestar II em Palhoça. Muitos cursistas chegaram atrasados devido ao trânsito que estava caótico no centro de Palhoça, mas mesmo assim conseguimos iniciar as atividades às 18:00 horas com um grupo de seis professores.
Inicialmente, questionamos os professores a respeito do andamento das atividades do Gestar II em sala de aula. Perguntamos de que forma os alunos estavam recebendo essa nova metodologia. As respostas foram surpreendentes, pois todos os cursistas afirmaram que seus alunos progrediram, especialmente, na área da escrita. Podemos constatar também a satisfação do professor por aderir a essa nova forma de trabalhar a Língua Portuguesa.
A seguir, iniciamos as discussões acerca das unidades 19 e 20 do TP5 conforme combinado na aula anterior. De início, percebeu-se que poucos professores haviam lido o material, devido a dificuldade de participação no debate. Então, sugeriu-se uma leitura individualizada das duas unidades em estudo, para depois discutirmos no grande grupo. Após essa leitura, discutimos os pontos mais relevantes e sugerimos a resolução de algumas atividades do TP5 e do AAA5. Este momento de resolver atividades é interessante, porque, geralmente, ocorre uma troca de informações entre os cursistas.
Na sequência, iniciamos os encaminhamentos para o próximo encontro. Decidimos, entre outras que, todos os cursistas deverão aplicar durante a semana o “Avançando na Prática” TP5, página 130. Também combinamos a aplicação de outras atividades do AA5.
Pode-se dizer que foi um encontro muito produtivo, no qual os cursistas demonstraram bastante interesse e conhecimento no momento das discussões. Isto comprova a eficácia do Programa em nossa rede de ensino.

RELATÓRIO DO 11° ENCONTRO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA – GESTAR II

Neste encontro, direcionamos nossa discussão em torno dos procedimentos linguísticos que permitem fazer de um texto, um texto bem constituído. Para tanto, examinamos como alguns termos ou palavras formam mecanismos textuais, conhecidos como coesão textual. Tornou-se claro, ao longo do debate, que a ligação entre esses termos é responsável pela a articulação de sentidos de cada parte que constitui o texto. Podemos comparar a coesão à linha que costura os tecidos. Assim, dissemos que os mecanismos de coesão linguística tem a função de transformar ideias e palavras em textos.
Ainda, nesta discussão acerca da coesão, resgatamos a relevância da coerência textual para a manutenção da continuidade significativa do texto. Enfatizamos, também, que tanto a coesão como a coerência são responsáveis pela interpretação significativa e coerente de um texto.
Com a intenção de trabalharmos, de forma mais consistente, os elementos coesivos decidimos discutir algumas atividades do TP 5, especialmente as da seção 1: marcas de coesão. Mais adiante destacamos, na seção 2, os elos coesivos. E, para finalizar, propomos uma discussão do "Ampliando Nossas Referências" que aborda algumas questões importantes sobre a coesão textual.

RELATÓRIO DO 10° ENCONTRO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA – GESTAR II

Oito professores participaram do décimo encontro. Inicialmente, os cursistas lamentaram a dificuldade que encontraram em desenvolver as atividades propostas na aula anterior, em virtude da greve de ônibus que mais uma vez paralisou a região da grande Florianópolis. As aulas ficaram suspensas durante quatro dias, pois alunos e professores não conseguiam chegas às escolas.Aproveitando o espaço, relatei aos professores o que faríamos até o fim dessa primeira parte do Programa Gestar II.
Salientei que temos apenas mais dois encontros e poucos dias letivos nas escolas com alunos, pois estamos em época de provas, conselhos de classe e, além disso, tivemos algumas greves na região, entre outras dificuldades. Por isso, talvez, não seja possível o cumprimento de todas as tarefas previamente programadas para o primeiro semestre. Mas, enfatizamos que mesmo com alguns empecilhos trabalhamos de forma bastante intensa os temas relacionados ao Gestar II.
Iniciamos as atividades do TP5, discutindo a unidade 18 que trata de Coerência textual a partir de estudos de textos verbais e não-verbais. Neste momento, os cursistas salientaram a dificuldade que os alunos apresentam para atribuir coerência aos textos. Na sequência, no próprio TP5, discutimos as possibilidades de construção da coerência. Assim, trabalhamos algumas atividades voltadas especificamente a coerência textual. Cada cursista ficou responsável pela resolução e explicação de uma das atividades solucionadas.
Após o intervalo, os professores-cursistas continuaram com as discussões acerca da coerência textual e definiram as atividades a serem aplicadas em sala de aula. Definiu-se que todos deveriam aplicar o “Avançando na Prática” da página 105, do TP5, bem como trazer relatório no próximo encontro. Ventilou-se também a possibilidade de uma visita do formador a todos os cursistas em suas escolas, para isso pensou-se na construção de um cronograma

RELATÓRIO DO 9° ENCONTRO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA – GESTAR II

Dando sequência às atividades solicitadas no encontro anterior, iniciamos os trabalhos do nono encontro falando sobre a importância do estudo e da pesquisa contínuos na vida profissional do professor. Muitos cursistas alegam que falta tempo para capacitação profissional e que são raros os momentos de troca de experiências.
Retornamos, então, as discussões previstas pelo GESTAR II, enfocando a Estilística e sua importância na construção do texto. Além disso, propomos uma leitura mais aprofundada dos conceitos que envolvem a estilística. Cada cursista ficou responsável pela elaboração de uma síntese da unidade 17, para posterior apresentação oral. Mereceu destaque a leitura da seção “Ampliando Nossas Referências” do TP5, na página 54. Algumas atividades do AAA5 que também tratam da Estilística foram selecionadas pelos cursistas para serem trabalhadas com os alunos em sala de aula. Após o intervalo, iniciamos a discussão dos conteúdos acerca da coerência textual, destacando, ao mesmo tempo, textos verbais e não verbais. Nossa discussão pautou-se pelos seguintes objetivos propostos: caracterizar a coerência na inter-relação entre textos verbais e não verbais; verificar com se constrói a coerência nos textos; analisar como se estabelece a unidade de sentidos em um texto.
Durante todo o encontro, os cursistas se mostraram interessados nas questões levantadas pelo formador e, além disso, contribuíram com sugestões acerca dos conteúdos debatidos.

RELATÓRIO DO 8° ENCONTRO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA – GESTAR II

Neste encontro, estavam presentes 09 cursistas, mais a coordenadora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação. Iniciamos as discussões às 18:30 horas das unidades 15 e 16 do TP4. Incluímos também no debate questões do AAA4 previamente selecionadas pelos professores. Em sua maioria foram atividades relacionadas às práticas de leitura e de escrita. Foi um momento importante, uma vez que os cursistas trouxeram propostas diferenciadas, a partir dos conteúdos apontados pelo Gestar II.
Posteriormente, abrimos espaço para que cada professor explicasse uma atividade retirada do AAA4, incluindo questões diferentes daquelas propostas. Interessante que muitos cursistas conseguiram estabelecer diálogos entre várias atividades do AAA4, ou seja, uma atividade foi complementada a partir de outra. Momento riquíssimo. Mais adiante, propusemos a leitura do texto “Por que meu aluno não lê?”. Solicitamos que cada cursista realizasse uma leitura silenciosa do texto e retirasse pontos relevantes para posterior discussão em grupo. Assim, construímos um debate importante, porque os cursistas puderam contribuir e, ao mesmo tempo, relacionar as ideias do texto à realidade de sua prática pedagógica.
Após este momento de discussão, encaminhamos as atividades semanais, procurando explorar atividades do AAA4, bem como o Avançando na Prática da Página 172 e 173 do TP4. Além disso, solicitamos aos cursistas que fizessem a leitura das unidades 17 e 18 do TP5.

RELATÓRIO DO 7° ENCONTRO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA – GESTAR II

No dia 05/06 acorreu o sétimo encontro com a participação de nove professores-cursistas, além da coordenadora pedagógica do programa. As discussões tiveram início, conforme combinado, às 18h30mim na Escola Profissional no centro de Palhoça.
Num primeiro momento, o professor-formador chamou a atenção dos cursistas para alguns detalhes importantes do Programa Gestar II, como: frequência; aplicação das atividades em sala de aula; entrega dos planejamentos e relatórios semanalmente e participação nas discussões realizadas no grupo. Além disso, o formador comunicou que as atividades desenvolvidas por cada participante do GESTAR II estará a disposição no Blog: http://www.gcpalhoca.blogspot.com para que os demais professores possam ter acesso a essas novas metodologias. Os professores acharam a iniciativa da divulgação importante e se comprometeram em enviar os relatórios solicitados e trazerem exemplares de atividades de seus alunos para montarem em conjunto um portfólio.
Após esses avisos importantes, demos início às discussões das unidades 14 e 15 do TP4, bem como discutindo questões do AAA4. Primeiramente, debatemos as implicações do conceito de leitura adotado para o ensino e aprendizagem, enfatizando dois pontos importantes que perpassam o ato de ler: os objetivos da leitura e os conhecimentos prévios do leitor. Apresentamos, também, possíveis estratégias que podem colaborar no trabalho com textos.
Ainda na Unidade 14 discutimos especialmente três pontos fundamentais, no trabalho com leitura: o texto e o leitor como criadores de significado(s), a importância da definição dos objetivos de cada leitura e a relevância especial dos conhecimentos prévios na produção de significado. Aqui os cursistas revelaram suas experiências na prática de leitura. Muitos criticaram a qualidade dos textos trazidos pelos livros didáticos que pouco contribui para a aproximação do aluno ao mundo da leitura, especialmente os livros enviados para o Ensino Médio que utilizam fragmentos de obras literárias para trabalhar questões da gramática descritiva.
Na sequência, abordamos a Unidade 15 do TP4. Primeiro, discutimos a importância, para o caso específico da leitura, da formulação adequada de perguntas e da análise pertinente das respostas obtidas. Em seguida, a Professora Alexandra, em forma de síntese, ressaltou a importância de se privilegiar procedimentos que possibilitem ao leitor chegar à estrutura do texto, como conhecimento importante para a compreensão global do texto.
Por último, reforçamos a importância dos relatórios semanais e solicitamos aos cursistas que concluíssem as atividades com os alunos, para que outras pudessem ser aplicadas. Recomendamos, também, que visitem o nosso blog a fim de acompanhar as metodologias que estão sendo aplicadas a.partir do GESTAR II, especialmente as sequências didáticas.

RELATÓRIO DO 6° ENCONTRO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA – GESTAR II

O sexto encontro aconteceu no dia 29/05, com a presença de nove professores cursistas, mais a coordenadora pedagógica do programa. As atividades tiveram início às 18h30mim na Escola Profissional no centro de Palhoça. Iniciamos com a discussão teórica referente às questões de leitura e escrita abordadas no TP4. Enfatizamos e discutimos temas relevantes, por exemplo, letramento. Como os professores já haviam estudado o TP4 o debate ocorreu em um bom nível. Aqui convém destacar que a professora Alexandra realizou uma leitura bastante substancial do TP4, apontando, inclusive, limitações em algumas atividades sugeridas. Outra contribuição importante foi a do professor Gilberto que apontou o formato das atividades do GESTAR II bastante eficaz para um redirecionamento de seus conhecimentos e sua prática. Para comprovar tal fato apresentou mostras de trabalhos desenvolvidos a partir da metodologia do GESTARII.
Da mesma forma outros cursistas elogiaram a proposta pedagógica trazida pelo Gestar II, destacando que já sentem um certo desconforto em trabalhar questões da gramática descritiva de modo descontextualizado. Parece que o grupo de professores compreendeu os objetivos do Programa.
Ainda no 6º encontro discutimos temas importantes apontados no TP4, como: os processos de leitura e escrita e suas relações com a cultura. Mereceu destaque também, por parte dos professores-cursistas, os relatos de Patativa do Assaré e Paulo Freire sobre suas experiências pessoais com o mundo da escrita e como essas práticas, em seus cotidianos, modificaram suas formas de aprender a ler o mundo. Segundo a professora Tereza Cristina, cursista, é evidente que a escola não pode se limitar às experiências mais próximas do aluno, mas criar mecanismos eficientes para que este se torne autor.
Para o encontro seguinte, combinamos que as atividades em andamento deveriam ser concluídas para posterior análise e debate em grupo, bem como a continuidade do estudo das unidades 14 e 15 do TP4. Os cursistas preferiram não dividir a leitura por blocos, ou seja, todos deverão ler o material para discussão na próxima aula. Destaquei a importância de uma leitura mais atenta aos tópicos que tratam dos objetivos da leitura, ressaltando o desafio que é para nós, professores, aguçar a curiosidade de nosso aluno, a ponto de que ele sinta necessidade de ler.
Por fim, a professora Alexandra se responsabilizou por uma leitura e resenha da unidade 15 do TP4, para ser apresentada no encontro seguinte aos demais participantes.

RELATÓRIO DO 5° ENCONTRO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA – GESTAR II

Iniciamos o 5° encontro com a apresentação de algumas atividades que podem ser criadas, a partir do texto “Essas Meninas” de Carlos Drummond de Andrade. Algumas propostas ao texto de Drummond seguem listadas abaixo:
Nome para as personagens, as meninas; local onde o fato ocorreu: cidade, bairro; o motivo do crime; quem praticou; o assassino foi preso? As meninas estudavam? E O nome da escola? A série? O nome do jornal que divulgou a notícia. E o jornalista? A reação dos pais das amigas da menina morta. Como estão as amigas atualmente? Esqueceram o fato ocorrido?
Sugeriu-se que os professores incluíssem outros elementos, além dos mencionados acima, que procurassem contemplar a realidade de seus alunos. A professora Alexandra comprometeu-se em organizar uma sequência didática utilizando o texto “Essas meninas” de Drummond e apresentar ao grupo no encontro seguinte, para que todos pudessem contribuir e aplicar em sala de aula, posteriormente.
Após essa discussão, iniciou-se a entrega dos relatórios e discussão dos resultados das atividades aplicadas em sala durante a semana. Neste momento do encontro, os professores reconheceram que as atividades propostas pelo GESTAR II contemplam com prioridade a leitura e a escrita. As atividades do TP3, páginas: 145, 160, 165, 167 também foram respondidas e discutidas pelos professores, que decidiram aplicá-las em sala de aula. Como tarefa, sugerimos a leitura do TP4, destacando pontos relevantes das questões abordadas. Cada cursista se responsabilizou pela apresentação de uma determinada leitura o próximo encontro

RELATÓRIO DO 4° ENCONTRO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA – GESTAR II

O quarto encontro ocorreu no dia 15 de maio, com início às 18:00 horas, na escola Profissional de Palhoça. Participaram 10 professores e a coordenadora pedagógica do programa.
De início, os cursistas apresentaram e discutiram os resultados das atividades desenvolvidas durante a semana. Aqui é um momento rico porque o professor fala sobre soluções e dificuldades e, ao mesmo tempo, ouve sugestões de colegas. O tempo para cada professor relatar as suas atividades foi 10 minutos.
Logo a seguir, apresentei as unidades 11 e 12 do TP3, destacando pontos mais relevantes, bem como algumas atividades importantes para serem abordadas em sala de aula com os alunos. Praticamente todos os cursistas colaboraram com a discussão, pois já haviam lido as unidades destacadas anteriormente.
Após o intervalo, propomos um debate (críticas e sugestões) das unidades do TP3, páginas: 145, 160, 165, 167. Essa atividade foi organizada em duplas. Para a apresentação, cada dupla teve 15 minutos.
Vale destacar a participação do Professor Gilberto que apresentou atividades desenvolvidas em sala de aula para que os demais pudessem sentir como é gratificante perceber que o seu trabalho contribuiu à aprendizagem do aluno. Foi um momento importante, porque fez com que todos os presentes percebessem a proposta inovadora do GESTAR II. Da mesma forma, a professora Joice mostrou atividades de seus alunos planejadas a partir dos nossos estudos. Outra contribuição veio da professora Tereza que trouxe textos de seus alunos.
Na parte final do encontro, encaminhamos as tarefas para a próxima semana. Atividade solicitada: Avançando na Prática, TP3, página 172.

RELATÓRIO DO 3° ENCONTRO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA – GESTAR II

Devido a sucessivos feriados no mês de abril, o terceiro encontro aconteceu somente no dia 08/05. Devido à forte chuva, participaram apenas seis professores. Os ausentes justificaram por telefone o não comparecimento. Inicialmente, antes da entrega do relatório sobre o “Avançando na Prática”, sugerimos que cada cursista apresentasse o relatório ao grupo, expondo, especialmente, as dificuldades e os resultados para que os demais pudessem colaborar com a discussão. Todos apresentaram e ouviram sugestões acerca da atividade. Também, foram mostradas exemplares da produção textual dos alunos.
Num segundo momento, reforçou-se a teoria acerca de gêneros textuais, a fim de introduzir a próxima unidade que trata de Tipos Textuais. Pois, percebeu-se que há uma confusão entre estes dois conceitos.
A seguir, dividiu-se o grupo de professores em duplas para que pudessem responder as questões das páginas: 17, 18, 21, 31, 34, 37, 59, 77, 80 do AAA3. Depois, realizamos a correção e a discussão dessas atividades e solicitamos ao professor-cursista que selecionasse algumas para posterior aplicação em sala de aula.
Num último momento, encaminhamos as tarefas a serem executadas durante a semana. Todas essas atividades estão no AAA3. Cada professor ficou responsável pela aplicação de uma atividade em sala de aula, para posterior discussão com o grupo no próximo encontro. As atividades escolhidas pelos próprios professores foram as seguintes: redescobrindo gêneros textuais páginas: 20, 21, 22; criando anúncios, página: 28; criando pesquisas e entrevistas, páginas: 32, 33; criando classificados, páginas: 40, 41; criando o varal de poesia, página: 56; criando textos descritivos, página: 70;

RELATÓRIO DO 2° ENCONTRO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA - GESTAR II

O 2° encontro ocorreu no dia 17/04, às 18 horas, nas dependências da Escola profissional no centro de Palhoça. A mudança de local aconteceu devido à localização distante do CAIC. Por isso, os professores-cursistas optaram por outro lugar, que fosse de mais fácil acesso.
Neste encontro, estavam presentes oito professores. De início, discutiram-se as unidades 9 e 10 do TP3. Em seguida, o grupo foi dividido em duplas e cada dupla apresentou um breve relato oral das unidades estudadas. Muitos professores chamaram a atenção para a proposta pedagógica do programa que se distancia do ensino centrado na gramática tradicional. Por meio das intervenções dos cursistas, percebeu-se que todos haviam lido as unidades sugeridas. Foi um momento importante, pois as discussões encaminharam as próximas atividades.
Posteriormente, o formador apresentou, em forma de síntese, as teorias trazidas pelas unidades 9 e 10 do TP3. Aqui todos puderam contribuir e tirar as suas dúvidas acerca dos assuntos discutidos. Um das seções mais debatidas foi a que trata do gênero poético: cordel. Pois, muitos cursistas tinham um conhecimento reduzido acerca dessa literatura.
Na última etapa do encontro, solicitou-se ao professor-cursista que aplicasse em sala de aula o “Avançando na Prática” da página: 25, do TP3. Aos cursistas, solicitou-se, também, que escrevessem em forma de relatório todos os passos seguidos para o desenvolvimento da atividade proposta. Já que se tratava de uma produção textual, sugeriu-se aos professores que trouxessem exemplares da produção de seus alunos para apresentar no próximo encontro. Todos concordaram com a ideia e consideraram importante divulgarem o seu trabalho.

RELATÓRIOS GESTAR II - LÍNGUA PORTUGUESA

No dia três de abril de 2009, os professores de Língua portuguesa e Matemática da rede municipal de Palhoça se reuniram no Centro de Atenção Integral à Criança e ao adolescente (CAIC) para dar início ao programa de formação continuada GESTAR II. O encontro teve início às 19 horas, com a presença da Diretora de Ensino da Secretaria de Educação, Edivane Lúcia Martins; da coordenadora pedagógica, Dirlene Vieira e dos professores responsáveis pela formação: Jair Joaquim Pereira (Língua Portuguesa) e Karina Zolia Jacomelli Alves (Matemática). Estavam presentes 13 professores-cursistas das disciplinas contempladas na formação.
Num primeiro momento, a Diretora de Ensino Edivane Lúcia Martins agradeceu a presença de todos os participantes e ressaltou a importância do GESTAR II para a formação continuada do professor; também destacou o empenho por parte da Secretaria de Educação para que o Programa fosse desenvolvido no município de Palhoça.
Em seguida, o Professor Jair, um dos formadores do programa, apresentou o guia geral aos professores-cursistas e procurou explicar, em detalhes, a proposta pedagógica e a metodologia do Programa. Todos os cursistas tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas acerca do GESTAR II. Posteriormente distribuiu-se o material aos professores. Muitos ficaram impressionados com a quantidade, mas ressaltaram a proposta inovadora do Programa.
Após a distribuição do material, os professores foram divididos em dois grupos para dar início às atividades do Programa. Na disciplina de Língua Portuguesa, o professor Jair procurou organizar a sistemática dos encontros, explicando a ordem de estudo do material. Explicou, também, que o primeiro TP a ser estudado seria o TP3, juntamente ao AAA3. Os professores estranharam em começar pelo n° 3, mas o formador justificou que esta era uma decisão do MEC e, por isso, deveria ser seguida. A partir daí, os cursistas focaram sua atenção no TP3 e AAA3, para que pudessem conhecer melhor os conteúdos abordados e a forma como são organizados. Por fim, o professor-formador solicitou aos cursistas uma leitura criteriosa das unidades 9 e 10 do TP3 para o próximo encontro.
Na disciplina de Matemática, compareceram nesse primeiro encontro, cinco professores. Todos receberam e conheceram o material oferecido pelo MEC, além de esclarecem dúvidas sobre as oficinas a serem realizadas nos encontros. Para o próximo encontro, solicitou-se aos professores-cursistas que fizessem a leitura da primeira unidade do primeiro caderno de teorias e práticas.

INTRODUÇÃO GERAL - RELATÓRIO GESTAR II por Jair Pereira

Este BLOG concentra pesquisas e metodologias sobre o processo de ensino/aprendizagem da disciplina de Língua Portuguesa no ensino fundamental da rede pública municipal de Palhoça - SC. Mais especificamente apresenta o material produzido por professores municipais que participaram da primeira etapa do Programa de Formação Continuada – GESTAR II. Trata-se de uma produção coletiva em cuja formulação todos os professores-cursistas da rede puderam contribuir. Estaremos contemplando tanto a teoria que embasa o GESTAR II quanto a sua materialização em sala de aula.
O que se observa, com o passar dos anos, com relação ao ensino de Língua Portuguesa, é que, mesmo com o surgimento de novas abordagens, a prática desenvolvida em sala de aula continua privilegiando uma única modalidade de língua, a culta. Há que se tomar muito cuidado quanto à artificialidade das situações de linguagem na escola e à prática pedagógica de caráter acentuadamente corretivo. Trilhando por uma concepção estruturalista (ainda que não o saiba), o professor organiza seu planejamento a partir de regras gramaticais, abordadas em frases desconexas, destituídas de qualquer contexto histórico.
Os planos de ensino organizados pelos professores da rede com assessoria da própria Secretaria Municipal de Educação comprovam tal prática. A listagem de conteúdos a ser trabalhada durante o ano letivo parece ser a única preocupação; outros aspectos como: metodologia, avaliação, por exemplo, não fazem parte da pauta de discussão.
De fato, o conhecimento, em sala de aula, é construído de forma fragmentada. O professor tem assegurada uma posição superior, de sabedoria plena e inquestionável; já ao aluno, atribui-se um papel secundário, passivo diante de todo o processo de ensino/aprendizagem. Trabalha-se num modelo de ensino extremamente tradicional, no qual a produção de conhecimento se dá apenas pelo trabalho do professor, auxiliado, quase sempre, pelo livro didático.
Exercendo a atividade de professor na rede pública de Palhoça, tenho observado que o ensino de Língua Portuguesa se sustenta predominantemente na transmissão da gramática normativa. As aulas tratam da identificação e memorização de conceitos gramaticais. Ainda se baseiam, na maioria dos casos, no treino ortográfico fora de um contexto histórico-metodológico norteador, como por exemplo, os princípios do sistema alfabético do Português do Brasil, cuja contextualização em alguns casos é marcada basicamente pela origem da palavra, o que em termos práticos pouco contribui com o processo de ensino/aprendizagem.
O aprendizado, que deveria ser marcado por uma concepção de linguagem discursiva, materializa-se em formas confusas e dissonantes, perdidas em inúmeras informações que são absorvidas pelo aluno. Tão importantes quanto a gramática são a expressão, a interação, o contexto, e ainda, a capacidade aprimorada de expressar-se socialmente. Por isso, a importância de se investir em uma concepção de aprendizagem (GESTAR II) que substitua essas práticas pedagógicas rotineiras e descontextualizadas.
Em Palhoça, o que motiva a adesão ao GESTAR II é a possibilidade de promover o redirecionamento do ensino de língua materna, no sentido de aproximá-lo, conceitual e metodologicamente, das Propostas Oficiais (PCN, PCSC, PCPH) objetivando reverter o estado caótico em que se encontra o ensino, em especial, o ensino de Língua Portuguesa.
Diante disso, optamos pela construção do BLOG, não só para investigar o entendimento que o professor cursista possui do Programa GESTAR II, mas também para mostrar a aplicabilidade dessa proposta e sua contribuição no processo de ensino-aprendizagem