segunda-feira, julho 20, 2009

Relato de atividade sobre o gênero bula por Joice Porto

Escola: Escola Básica Municipal Prefeito Reinaldo Weingartner
Turmas: 5ª séries – 54, 55 e 56
Nº de alunos: média de 25 alunos em cada uma delas
Professora: Joice Porto
Duração:7 aulas de 45 minutos

Iniciei atividade fazendo uma sondagem com os alunos sobre: o que é bula? Onde encontrá-la? Qual o objetivo? Por que é importante ler a bula? Quem pode e deve receitar remédios? Por quê? Como e quais os cuidados que precisamos ter ao comprar um remédio? Qual o melhor remédio para a febre? O que é antitérmico?
Durante esta sondagem com os alunos da 54, surgiu a idéia de trazerem termômetros. Então, perguntei quem tinha em casa o termômetro digital e quem tinha o termômetro “simples” e pedi que trouxessem na aula seguinte, juntamente com uma bula de um antitérmico.
Nas turmas 55 e 56, pedi apenas que me trouxessem as bulas.
Na aula seguinte, na turma 54, iniciei pedindo aos alunos os termômetros: um digital e outro “simples”, para mostrá-los como podia ser tirada a temperatura do corpo em ambos. Para minha surpresa muitos sequer conheciam o termômetro “simples”. Depois disso, pedi que fizessem grupos de três alunos e distribui cópias da atividade da aula 1 do caderno AAA4. Fui de grupo em grupo e ajudei os alunos a selecionar as bulas, uma vez que muitos trouxeram bulas de medicamentos que não eram para a febre, já outros nem trouxeram. Por este motivo, para as outras duas turmas (55 e 56) providenciei cópias de um único antitérmico. Isto também facilitou a minha orientação.
Em seguida, li em voz alta a atividade e as expliquei, pois todas as três turmas têm bastantes dificuldades na interpretação e na concentração. Isto é, são turmas que têm poucos alunos, em média 25 alunos, porém apresentam bastantes alunos indisciplinados e muita conversa paralela, agravadas por uma disparidade: alunos repetentes, com idade entre 13 e 16 anos, e alunos que acabaram de vir da 4ª série, com idade entre 10 e 11 anos. (Este problema é mais grave na 54, mas se repete nas três turmas).
Ao longo da atividade notei que os alunos tiveram bastante dificuldade de localizar as informações e até mesmo entender o que precisava ser feito. Então, coloquei no quadro os tópicos que eles precisavam localizar e pedi que escrevessem no caderno as informações mais importantes.
Mesmo com os tópicos no quadro eles continuaram com muitas dificuldades.
Durante esta localização, passei de grupo em grupo e os orientava sobre a linguagem técnica, as informações mais importantes e pedia que focalizassem nas informações que seriam mais importantes para o “Antônio” (personagem citado na atividade). Conforme a conversa abria discussão para os outros grupos.
Foram quatro aulas só para a localização, primeiro porque os alunos tiveram bastante dificuldades, depois porque só tenho aulas com as turmas segunda, terça e sexta-feira, (na 54, tenho 2 aulas na segunda-feira e duas na terça-feira), dias que os alunos foram visitar o museu, houveram reuniões (coincidentemente os três eventos foram justo nestes dias que dou aulas, só que em semanas diferentes).
Na aula seguinte à localização das informações, iniciei uma conversa fazendo uma síntese do que foi localizado e quais informações eram mais importantes. Em seguida, criei uma situação e pedi que alguns alunos escrevessem no quadro um bilhete para deixar para a mãe dizendo que iam fazer um trabalho na casa de um amigo depois da aula.
Depois de escreverem o bilhete no quadro, começamos uma análise do que estava certo e o que devia ser melhorado. Além disso, lembrei que não éramos médicos e que por isso, não podíamos dizer ao “Antônio” como tomar os remédios, o que poderíamos fazer era ajudá-lo a fazer a leitura da bula.
A produção e revisão do bilhete demorou mais duas aulas, uma vez que passei de grupo em grupo para orientá-los na re-escritura.
No início, pensei em desistir da atividade, pois muitos dos alunos sequer sabiam o que era bula, onde podia ser encontrada e onde estavam localizados os tópicos com as principais informações, mas decidi encarar o desafio. Felizmente, através da atividade e do estudo da bula, eu tive uma noção ainda maior da dificuldade de alguns alunos (nas três turmas) que não são letrados, apenas sabem decodificar o que leem. Isso me possibilitou uma reflexão ainda maior sobre o meu trabalho.
Por ser um trabalho em grupo, houve bastante interação, muitos dos obstáculos foram sendo superados ao longo da atividade e, no geral, o objetivo foi alcançado nas três turmas.
A turma que mais se sobressaiu foi a 55 e a que mais teve dificuldades foi a 54.
[1] atividade 1 do AAA4.