terça-feira, maio 05, 2009

Palestra de MARÍLIA CENTURIÓN: O ensino de nove anos – abrindo as portas para a autonomia do pensar e do fazer matemático.

A Editora FTD ofereceu nesta segunda-feira, dia 04/05/09, uma palestra com Marília Centurión cujo título foi: “O ensino de nove anos – abrindo as portas para a autonomia do pensar e do fazer matemático”.
Marília, em seu discurso, apresentou o seguinte parágrafo do Pró letramento*:
Ao contrário da simples reprodução de procedimentos e do acúmulo de informações, a matriz de referência que norteia as provas de Matemática do Saeb e da Prova Brasil está estruturada sobre o FOCO RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS. A resolução de problemas possibilita o desenvolvimento de capacidades como: observação, estabelecimento de relações, comunicação (diferentes linguagens), argumentação e validação de processos, além de estimular formas de raciocínio como intuição, indução, dedução e estimativa. Essa opção traz implícita a convicção de que o conhecimento matemático ganha significado quando os alunos têm situações desafiadoras para resolver e trabalham para desenvolver estratégias de resolução.”
Resolução de problemas, nesse caso, foi tratada como uma proposta pedagógica. Nessa proposta os problemas são aqueles em que a sua resolução não se reduz à utilização ou à aplicação imediata de resultados apresentados em sala. Mas permite que o aluno faça suas escolhas e crie.
Para que isso aconteça, Marília defende o fato de o aluno receber mais de uma opção de resolução para uma determinada situação. Por exemplo: A adição 249 + 581 é, em sua grande maioria, resolvida para o aluno pelo tradicional algoritmo (unidade embaixo de unidade, dezena embaixo de dezena, etc, quando a soma der um valor maior do que dez, vai 1). Mas por que não adicionar começando pela centena? Nesse caso teríamos 200 + 500 = 700 e seguindo esta idéia, 40 + 80 = 120 e 9 + 1 = 10. Para alguns alunos pode ser mais interessante fazer a adição 700 + 120 + 10 = 830. E, por que não adicionar fazendo arredondamentos? Como seria curioso para o aluno ter a oportunidade de perceber que 249 + 581 é a mesma adição que 250 + 580 (tiramos 1 do 581 para acrescentar ao 249). Realizar esse trabalho é dar ao aluno opções para decidir, para poder criticar, para ter autonomia e, até mesmo, para buscar sua própria resolução que pode ser diferente daquela dada pelo professor.
Segundo Marília, podemos ir mais além. Que tal perguntar ao aluno se em vez de “vai 1”, quando a soma for maior do que dez nas unidades, por exemplo, pode “vai 7”? Ou pode “vai 9”? Isso vai exigir um esforço maior que ajuda na construção desse conhecimento trabalhado: adição.
Reforçando a importância de se considerar a proposta pedagógica “resolução de problemas”, Marília faz uma apresentação de vários exercícios presentes nos livros da coleção Porta Aberta**, da qual é autora. Esses exercícios foram desenvolvidos visando os quatro grandes campos da matemática: Espaço e forma; Grandezas e medidas; Números e operações; e Tratamento da informação.
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
*Pró letramento: séries iniciais do ensino fundamental: Matemática. Brasília: Ministério da Educação, 2007, p. 6.
**Site da coleção: www.ftd.com.br/portaaberta