segunda-feira, abril 11, 2011

Pró Letramento - Alfabetização e Linguagem por Jair J Pereira

Nos dias 22/03/2011 e 29/03/2011, das 18 horas às 22 horas, na Faculdade Municipal de Palhoça, aconteceram o 5º e o 6º encontro do Programa Pró-Letramento com os professores da rede municipal de ensino. Participaram 28 cursistas em cada um dos encontros. Os conteúdos, nesses dois encontros, discutidos foram os seguintes: avaliação da aprendizagem na alfabetização; função diagnóstica da avaliação; instrumentos de registro do processo de avaliação: observação e registro, provas operatórias, autoavaliação, portifólio; as dimensões do processo de avaliação na alfabetização; estratégias de intervenção na aprendizagem dos alunos; instrumento de avaliação diagnóstica.


No dia 22/03/201, primeiramente, apresentamos aos cursistas o plano de trabalho, destacando que o objetivo desse encontro tratava do reconhecimento das formas e das finalidades da avaliação na alfabetização. Assim, iniciamos a leitura e a discussão do fascículo 2 no livro do Pró-Letramento, que aborda questões relevantes em torno da avaliação do processo de alfabetização. Muitos cursistas revelaram desconhecer os recursos da avaliação diagnóstica, especialmente, o portifólio. Podemos observar durante o debate que a avaliação ainda é tratada de forma isolada. São momentos solitários em que o professor avalia apenas o aluno, esquecendo-se dos demais componentes da prática pedagógica. A leitura desse fascículo permitiu aos cursistas uma profunda reflexão acerca da problemática que envolve a avaliação. Chamamos a atenção também para o fato de a avaliação diagnóstica permitir ao professor um entendimento mais amplo de seu trabalho em sala de aula. Na verdade, essa revisão conceitual das práticas avaliativas na alfabetização foi de suma importância para conhecermos a forma de avaliação praticada pelos cursistas. Inclusive, alguns cursistas revelaram que se sentem inseguros no momento de avaliar seus alunos. Aproveitamos, então, para dizer que a dificuldade encontrada pelos professores tem origem na falta de embasamento teórico acerca da avaliação diagnóstica.


Após a discussão do fascículo 2, solicitamos aos cursistas que respondessem às seguintes questões, para posterior apresentação: em que consiste a avaliação diagnóstica? Como realizar essa avaliação com os alunos? Descreva o que é: observação e registro; provas operatórias; autoavaliação; portifólio; Você já usa esses recursos em sua prática pedagógica? Depois de respondidas essas questões, prosseguimos com as reflexões no grande grupo. Percebemos durante a leitura das respostas que os cursistas sentem dificuldade em sintetizar conceitos. Muitas respostas ficaram confusas, impossibilitando o entendimento. Por isso, sugerimos que algumas respostas fossem refeitas a fim de facilitar a compreensão.



Para finalizar esse encontro, encaminhamos as atividades para a semana, descritas a seguir: ler o fascículo 2, analisando o instrumento de avaliação diagnóstica ali apresentado e analisar em que medida esse instrumento pode ser utilizado em sua classe. Também solicitamos aos cursistas que tentassem aplicar o instrumento com suas crianças e fizessem uma descrição escrita dos resultados e da avaliação de sua funcionalidade.


Dando prosseguimento ao estudo sobre avaliação, no dia 29/03/2011, apresentamos os slides: concepções atuais em relação à avaliação. Essa apresentação durou cerca de uma hora e meia. Alguns assuntos polêmicos suscitaram um intenso debate, como por exemplo, a progressão automática concepção que retira de professores sua plena função avaliativa, limitando seu papel ao registro burocrático. Muitos cursistas lamentaram e afirmaram que a progressão automática tem sido responsável por camuflar o fracasso do sistema educacional, especialmente quando nos referimos às classes de alfabetização. Todos concordaram que a progressão automática se traduz uma forma de exclusão, uma vez que o aluno avança a série seguinte sem uma efetiva aprendizagem. Outro ponto bastante discutido pelos cursistas foi o monitoramento que permiti acompanhar e intervir no processo de ensino-aprendizagem. Destacamos bastante a ideia de que o monitoramento pode garantir a oportunidade do aluno em aprender, contrapondo-se às avaliações burocráticas, estas não possibilitam ao professor descobrir que não houve a aprendizagem planejada.


O Portfólio, um dos instrumentos de registro do processo de alfabetização, também despertou a curiosidade dos cursistas, principalmente, porque permite a organização e o arquivo de registros de aprendizagens dos alunos, assim, fornecendo uma síntese de seu percurso ou trajetória de aprendizagem. Destacamos, em seguida, as três dimensões que formam o portfólio: a autoavaliação pelo aluno; a avaliação pelo professor a partir de critérios formais, técnicos e qualitativos; e a apresentação de dados concretos sobre os progressos dos alunos para seus pais. Alguns cursistas revelaram desconhecer o portifólio, mas após a apresentação, manifestaram interesse em aplicar esse importante instrumento de avaliação com seus alunos. Outros confessaram que o portifólio assusta porque rompe com a simplicidade das práticas avaliativas utilizadas comumente pela escola.


Após a apresentação dos slides, os cursistas iniciaram a apresentação da análise realizada a partir do instrumento de avaliação diagnóstica apresentado no anexo do fascículo 2. As sínteses aqui apresentadas revelaram um posicionamento positivo dos cursistas em relação a esse instrumento. Muitos cursistas admitiram ter dificuldade para avaliar seus alunos em situações concretas de sala de aula.


Em outro momento, propomos a apresentação dos resultados obtidos com a aplicação do instrumento de avaliação indicado no anexo do fascículo 2. Todos os cursistas revelaram as atividades de avaliação propostas são sugestões relevantes, mas que muitas vezes, precisam de adaptações e complementações a fim de torná-las mais significativas aos alunos. Um cursista foi enfático ao afirmar que essa proposta de avaliação exigiu dele uma participação efetiva, pois muitos alunos precisaram de auxílio constante, para, inclusive, compreender o enunciado, mas, mesmo assim, considerou as atividades contidas no anexo de extrema importância na aprendizagem dos alunos. Outro cursista alertou para a questão do tempo, pois segundo ele, as atividades escolhidas por ele para a sua turma exigiu um reorganização de suas aulas, reforçando a ideia de um planejamento diário, bastante sistematizado.


Para finalizar esse encontro reforçamos a importância do instrumento de avaliação diagnóstica para as classes de alfabetização por possibilitar a inserção da criança na cultura escrita. Em seguida, recolhemos dos cursistas a descrição escrita dos resultados da aplicação do instrumento de avaliação diagnóstica.


A seguir seguem fotos dos encontros: