segunda-feira, setembro 05, 2011

Sequência Didática desenvolvida pelo Programa Pró-Letramento por Jair Pareira

Esta Sequência foi elaborada pelos cursistas: Eduardo Marcelino, Luciana Souza, Edna Clarice Vieira Fernandes e Sueli Sonoki Zamora.

A Sequência Didática: Fábulas é uma das tantas atividades desenvolvidas durante o Programa de Pró-Letramento: alfabetização e linguagem.
Professores: Eduardo, Luciana, Edna e Sueli

Tema: Gêneros textuais – Fábulas - A importância da fábula no processo de ensino e aprendizagem.
O fato de a fábula ser um produto espontâneo do ser humano, ela constitui em si, uma alegoria que tem dupla finalidade: instruir e divertir. Tal finalidade encerra sempre uma grande filosofia e uma verdade moral, na qual, segundo a ENCICLOPÉDIA BRASILEIRA (199, p. 2171) "o enredo é vivido entre animais, pessoas, personagens mitológicos deuses e outros seres imagináveis e não só com animais e/ ou seres inanimados (apólogos), como também não só representados por homens como é o caso da parábola, mas sim numa mistura de personagens a fim de não impor limites à alma do fabulista. Sendo a fábula um produto natural do ser humano, o professor poderá utilizá-la para desenvolver o senso crítico do educando, com a intenção de fazê-lo refletir sobre as mensagens transmitidas.
A moral contida nas fábulas é uma mensagem animada e colorida. E, como se sabe, uma estória contém moral quando desperta valor positivo no homem. Acredita-se que a estória, ao ser imposta à criança com a finalidade puramente intuitiva, não permite que ela tenha interesse pela mensagem. (MACHADO, 1964, p.58). Por fim, para se terem estórias moralizadoras, é preciso fazê-las com amor para que atinjam diretamente a alma do leitor, a sua imaginação, a sua sensibilidade, para que seja alcançada e sentida a beleza e, com ela, a moral implícita, e, neste âmbito, a estória fabulosa torna-se um excelente recurso, pois diverte, educa e instrui a criança naturalmente, despertando alegria e emoção nela, prendendo sua atenção e realizando suas finalidades educativas.
Ano: 2º ano
Objetivo Geral:
Despertar o interesse das crianças para o aprendizado, lidando com a diversidade em sala de aula conhecendo o valor pedagógico e didático das fábulas e sua utilização na formação de valores nos alunos.
Objetivos Específicos:
Reconhecer o gênero fábula em meio a outros gêneros;
Fazer antecipação de fatos com base no título ou no desfecho do texto;
Reconhecer nos textos lidos, diferentes recursos discursivos, tais como inserção de vozes, uso de conectivos argumentativos, entre outros;
Comparar diferentes versões de uma mesma fábula, relacionando os diversos sentidos produzidos pelos recursos de linguagem e assim apropriar-se de procedimentos de planejamento e revisão de escrita através da reescrita. Produzir e reproduzir textos orais e/ou escritos, observando a ordem cronológica dos fatos e o assunto tratado. (Produção de texto)
Transmitir mensagens com desenvoltura, procurando adequá-la a intenções e a situações comunicativas. (Produção de texto)
Escutar ativamente a leitura de diversos textos. (Leitura e compreensão)
Perceber os diferentes modos de falar, em diversas situações de interlocução, diante de diferentes interlocutores. (Análise e reflexão lingüística)
Utilizar estratégias de decodificação, seleção, antecipação, inferência e verificação combinando-as à leitura de textos. (Leitura)
Ler para usufruir momentos de lazer e estabelecer relação entre realidade e fantasia, adequando os procedimentos de leitura aos objetivos da própria leitura. (Leitura)
Reconhecer/distinguir diferentes gêneros textuais escritos.
Formular hipóteses sobre as características de gêneros textuais escritos.
Produzir textos aproximando-se dos gêneros previamente lidos/trabalhados mesmo que com a ajuda do professor.
Desenvolver atitude crítica em relação à produção de textos próprios ou alheios.
Metodologia:
Ler, escrever e produzir, em diferentes linguagens – verbais, matemática, gráfica, artística, corporal, – para interagir com o outro, expressando-se, interpretando, considerando a intencionalidade e usufruindo de diversas situações de comunicação.
Materiais necessários: Diversas fábulas, tesoura, cola, folha branca e papel pardo..
Tempo Estimado: 5 aulas
Desenvolvimento:
1ª Etapa: Iniciar o projeto com a leitura de fábulas, como ““ A cigarra e a formiga “” de Jean de La Fontaine. Propondo leituras coletivas e individuais e discussões que envolvam toda a turma. Chamando a atenção para algumas características específicas deste gênero textual: presença de animais com características humanas, narração curta –, mas com início, meio e fim, uma mensagem ou ensinamento moral como desfecho da história.
2ª Etapa: Questionar sobre as fábulas que os alunos já conhecem e sugerir que pesquisem e tragam para a sala de aula textos desse gênero. Nessa etapa, explorar também o sentido da moral da história nas fábulas e o uso dos ditados populares – base das morais nas fábulas – no cotidiano. Escrevendo os provérbios em fichas móveis ou em um cartaz e questionando em que momento e em que situação eles são usados, o que se quer dizer com cada um deles, etc.
Cruzando essas informações com o uso nas fábulas, os alunos poderão perceber que a mesma moral pode ser usada em mais de uma história e que esta mensagem precisa ser decifrada e compreendida pelo leitor. Deixar o cartaz com os ditados afixado em sala de aula.
3ª Etapa: Durante a semana, iniciar as aulas com a leitura de uma fábula, ora trazida por eles, ora pesquisada pelo professor. Criando situações de discussão sobre os textos lidos, que podem ser realizadas em grupos ou com toda a turma. Em outro momento, apresentar outras versões das fábulas lidas anteriormente, confrontando as diferentes versões e propondo que a turma discuta e justifique aquela que mais lhe agrada.
4ª Etapa: Com os alunos já familiarizados ao gênero, propor uma produção de texto coletiva. Começando a levantar com os alunos vários animais que poderiam ser personagens de sua primeira fábula. Anotar a lista no quadro. Para direcionar a discussão, sugerir que sejam animais rivais, por exemplo, – uma forma de restringir o universo de possibilidades e tornar mais fácil a elaboração da trama. Antes de iniciar a construção do texto, porém, levá-los a refletir sobre qual será a mensagem final. Recorrendo à antologia de ditados populares coletada no trabalho de pesquisa do início do projeto.
Dentre as opções disponíveis, escolher com a turma um ditado, que orientará o desenvolvimento da narrativa. Feita a escolha, a turma parte para a discussão sobre os demais elementos da história, como o cenário, o conflito principal, os obstáculos e o desfecho.
A revisão do texto pode ocorrer à medida que as idéias são colocadas pelos alunos, sempre chamando atenção à necessidade de se fazer compreender pelo leitor, mantendo-se também fiel às características do gênero.
5ª Etapa: Escrever um cartaz com letras grandes e deixar exposto na sala, propor essa opção para os alunos, que eles também produzam em grupos cartazes, e/ou façam a transcrição no caderno ou em folhas de almaço, pedindo que ilustrem a obra.
Avaliação:
Observar os avanços nos procedimentos de leitura, a inferência e a comparação de informações, o estabelecimento de relações, a síntese de ideias. Também analisar os procedimentos de revisão. Por fim, avaliar as modificações na fábula sugerida pelas crianças. Elas fazem sentido em relação ao resto da história?
Referência:
ENCICLOPÉDIA. Grande Brasileira de Consultas e Pesquisa. Vol. VII - MP. P. 2171, Rio de Janeiro, 2004.
MACHADO, Freire A. A Literatura e Redação. São Paulo: Scipione, 1994.
Site: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/nossas-fabulas-423000.shtml - acesso em 09/07/2011.
Site: Mais em: http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=9#ixzz1WTI3iaAr
Anexo I:
Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o Futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou: - Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir! - Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.
A cigarra então aconselhou: - Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar! A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e Ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga. Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.
A rainha das formigas falou então para a cigarra: - Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio. A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:
- Hum!! O inverno ainda está longe, querida! Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã.
Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo. Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer.
Desesperada, foi bater na casa da formiga. Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio. Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa. Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra:
- No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós. Para cigarra e para as formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.
Palhoça, 29 de agosto de 2011.