quarta-feira, maio 25, 2011

Relatório referente ao 7º e 8º encontro do Pró-Letramento Alfabetização e Linguagem por Jair Pereira


Nos dias 05/04/2011 e 12/04/2011, das 18 horas às 22 horas, na Faculdade Municipal de Palhoça, aconteceram o 7º e o 8º encontro do Programa Pró-Letramento com os professores da rede municipal. Participaram 27 cursistas no primeiro e 28 no segundo encontro. O tema central desses encontros: O domínio do sistema alfabético. Os conteúdos debatidos foram os seguintes: as capacidades linguísticas da alfabetização, compreensão e valorização da cultura escrita, os usos e as funções sociais da escrita na escola, os objetos de escrita presentes na cultura escolar, capacidades específicas para escrever.


No dia 05/04/2011, num primeiro momento, apresentamos aos cursistas o plano de trabalho, destacando que o objetivo desse encontro é o de identificar particularidades da cultura escrita. Assim, iniciamos a leitura e a discussão da Unidade II do Fascículo 1, as seções das páginas 14 a 23 que trata de conceitos importantes ao processo de alfabetização. Os temas relevantes aqui debatidos versaram acerca dos eixos necessários à aquisição da língua escrita. As capacidades associadas a tais eixos foram apresentadas utilizando-se de quadros. Chamamos a atenção dos cursistas para o fato de os quadros estarem agrupados conforme os eixos que compõem a língua escrita. Para cada eixo destacamos: capacidades, conhecimentos e atitudes. Um ponto que mereceu destaque, por parte dos cursistas, são as letras I, R, T e C utilizadas para definir o momento em quem se deve privilegiar o desenvolvimento da capacidade. Ressaltamos que algumas capacidades são simultâneas e precisam ser tratadas sistematicamente ao longo dos três primeiros anos do ensino fundamental. Reforçamos durante a apresentação desses quadros que as capacidades apontadas não representam um modelo fixo a ser seguido, pelo contrário, o professor, na organização dos quadros, precisa considerar a efetiva situação de aprendizado de seus alunos.


Na verdade, a leitura desses quadros suscitou muita discussão entre os cursistas presentes, principalmente, por mostrar de forma clara e organizada as capacidades mais relevantes para a apropriação da língua escrita. Inclusive alguns cursistas ressaltaram que irão sugerir a utilização desses quadros para organizar o planejamento nas escolas onde trabalham. Pois, segundo relatos, o trabalho desenvolvido nas classes de alfabetização, no município, na maioria das vezes, é inconsistente e não segue uma trajetória definida ao longo dos três primeiros anos.


Após a apresentação dos quadros, voltamo-nos para a apresentação dos slides que reforçam de forma mais sucinta a discussão acerca as capacidades linguísticas da alfabetização. Destacamos, de forma incisiva o primeiro slide, que afirma: o desenvolvimento das capacidades linguísticas de ler e escrever, falar e ouvir com compreensão, em situações diferentes das familiares, não acontece espontaneamente. Elas precisam ser ensinadas sistematicamente, e isso ocorre principalmente nos anos iniciais da Educação Fundamenta. A apresentação desse material foi importante para esclarecer conceitos abordados durante a leitura da Unidade II do Fascículo 1 especialmente, questões relacionadas ao sistema de escrita. Nesse momento, observamos expectativas e inquietações dos cursistas quanto aos eixos necessários ao aprendizado da escrita, em especial, a produção de textos escritos que para muitos cursistas é difícil desenvolver nos anos iniciais. Isso mostra que as capacidades específicas para escrever ainda são pouco compreendidas pelos alfabetizadores.


Ao final do encontro, constatamos que os professores perceberam a importância das reflexões acerca das capacidades linguísticas da alfabetização. A falta de embasamento teórico do professor foi apontada como uma das causas para as incoerências reproduzidas no processo de alfabetização. Muitos cursistas revelaram dificuldades para sistematizar, em sala de aula, os eixos necessários ao aprendizado da escrita, reforçando, assim, a carência teórica desses profissionais. Prosseguindo as atividades, no dia 12/04/2011, solicitamos aos cursistas que retornassem ao quadro 1, da unidade II, do fascículo 1, a fim de analisar e discutir, em grupo, a importância de permitir à criança a compreensão e a valorização da cultura escrita. Em seguida, propomos aos cursistas que retomassem os seus projetos de trabalho a fim de planejar ações que permitam aos alunos: conhecer, utilizar e valorizar os modos de produção da escrita na sociedade; conhecer os usos e as funções da escrita; conhecer os usos da escrita na cultura escolar; desenvolver capacidades necessárias para o uso da escrita no contexto escolar: saber usar objetos de escrita e desenvolver capacidades específicas para escrever. Enfatizamos que os resultados deverão ser apresentados ao grupo, seguidos de discussão sobre ajustes necessários nas atividades, bem como seguidos de socialização das atividades criadas.


Alertamos os cursistas que a tônica do encontro é a organização dessas atividades à luz das teorias discutidas e que essas atividades precisam ser variadas, significativas, relevantes e ancoradas teoricamente. O planejamento dessas atividades durou cerca de duas horas. Houve muita discussão e questionamentos durante a elaboração dessas atividades. Um das maiores dificuldades encontradas pelos cursistas foi relacionar as atividades aos projetos de letramento. Todos os cursistas presentes envolveram-se na proposta.


Na sequência, iniciamos a apresentação das atividades. Podemos dizer que foi um momento bastante relevante, pois os cursistas tiveram a oportunidade para esclarecer dúvidas e questionar os colegas acerca das atividades planejadas.


Ao final das apresentações, muitos cursistas concluíram que a prática pedagógica mais produtiva é aquela que, por meio de projetos, contempla de forma articulada práticas de alfabetização e práticas de letramento. Em seguida, sugerimos ao cursista que voltasse às atividades planejadas e observasse com atenção as sugestões do grupo.


A avaliação dessa atividade é positiva, uma vez que todos os cursistas planejaram as atividades relacionadas ao projeto, assim, sentiram-se seguros para contribuir nos debates. Também ressaltamos que o cursista deve aplicar, com as crianças, as atividades planejadas no encontro e fazer um relatório dos resultados obtidos e dos obstáculos encontrados e entregá-lo ao tutor.


Para finalizar esse encontro, combinamos com os cursistas que as atividades planejadas seriam entregues no encontro seguinte, até mesmo para refletir melhor às sugestões do grupo.


A seguir fotos dos encontros: